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Nome em Élfico: Como Usar (Parte 2)

NOTA: Caso você não tenha lido o primeiro artigo, clique aqui.

Estive hoje traduzindo os nomes que me foram pedidos durante o AnimeXtreme, que ocorreu no colégio LaSalle Pão dos Pobres, em Porto Alegre. Participei de um estande independente de fãs de Tolkien e lá fiz o serviço de tradução com os ~50 nomes disponíveis no site. Claro, sabia que iria faltar vários, mas não esperava mais de trinta nomes sem tradução! Felizmente, acho que sanei o “problema”, e os que faltam podem agora ser encontrados na página Nomes em Élfico.

Durante esse trabalho, notei que não havia abordado algumas coisas importantes. O primeiro é os nomes que terminam com o elemento -son, baseado principalmente em sobrenomes suecos como Andersson. Encontrei um exemplo durante o AnimeXtreme, Ederson. É importante saber que o elemento -son significa “filho”. Nas línguas élficas o elemento -ion serve ao mesmo propósito e substitui o -o(n) final de um nome em Quenya e Sindarin (se houver algum). Ederson, portanto, seria Vanimion ou Bainion (ver Eder).

Outra questão importante que esqueci de mencionar são as siglas. Existem muitas siglas sublinhadas com pequenos pontos. A idéia é que para reduzir o tamanho dos textos explicativos, nomes de línguas como o “alto-germânico antigo” foram reduzidas a “A.G.A.”, mas se você deixar o mouse sobre essas siglas por alguns segundos, o seu significado aparecerá. Faça um teste com esta sigla: A-S.

Espero que eu tenha esclarecido todas as dúvidas sobre a consulta dos livros e que a Heloísa, o Isaías, o Igor, o Mauro, o Leonardo, a Patrícia, a Fernanda, o Jonatan, o Eduardo, a Jenifer, o Jean, o Franco, o Lorran, a Camila, o Fernando, o Dimitri, o Dagoberto, a Tanise, o Celson, o Roger, a Vitória, o Ederson, a Aline, o Alan, a Dayane, a Jessica, a Jackeline, a Letícia, o Maicon, a Francieli, o Jorge, a Lidiane e o Cássio tenham gostado do resultado.

Nomes em Élfico: Como Usar

Não sei se realmente cheguei aos 50 nomes traduzidos para as línguas élficas, mas estou muito perto e não vejo por que não conseguiria chegar a essa marca (e ultrapassá-la) ainda hoje. Portanto, acho que seria a hora de dizer como esse recurso pode ser utilizado.

Em primeiro, você pode acessar os nomes élficos por este link. No topo da página, você verá vários links para os diversos nomes que já traduzi. Eles conduzem à área da página onde o nome está traduzido, o que faz a localização entre as futuras centenas de nomes fácil e rápida. Para um exemplo, se você desejar encontrar o nome “Núbia”, tudo que teria de fazer é clicar no nome: Núbia.

Outra maneira de acessar um nome em específico é digitando no seu navegador de internet: ../nome-elfico/#seu-nome, substituindo seu-nome pelo nome que você procura, em letras minúsculas. Por exemplo, o nome deste que vos fala (Rodrigo) seria encontrado com o seguinte endereço: ../nome-elfico/#rodrigo. Não esqueça do #!

Alguns nomes são variações de outros! Se você digitar #carolina no endereço acima, não encontrará nada, pois Carolina (e Carla) são variações de Carol. Mesmo assim, eu adicionei links no topo para cada uma das variações mais freqüentes. Caso você não encontre seu nome digitando, o site lhe levará diretamente para o topo da página, onde você pode escolher seu nome da lista.

Para ilustrar como ler os nomes, aqui está a entrada para RAFAEL(A):

RAFAELAQ. Eruenvinyantë, S. Erunestant
RAFAELQ. Eruenvinyanto, S. Erunestant

Do Heb. Rephael “Deus Curou”.

Fonte: EtymOnline

Explicando: Como padrão, coloquei o nome feminino acima do masculino. Após o travessão (—) você encontra o nome em Quenya (alto-élfico) e, após a vírgula, o nome em Sindarin (élfico cinzento).

Abaixo dos nomes encontra-se o significado do nome e alguma observação que seja necessária.

Abaixo da explicação está a fonte do significado do nome. Geralmente retiro essa informação dos sites Online Etymology Dictionary (sigla EtymOnline) e do site Behind the Name (sigla BTN).

Resumo: John D. Rateliff na festa de lançamento de Os Filhos de Húrin

John D. Rateliff foi entrevistado na tarde de segunda-feira (16/04) após Nils Ivar Agøy no lugar de John Garth, escritor de Tolkien and the Great War, que precisou comparecer ao velório de seu sogro. Mas Rateliff não foi um substituto comum. Ele é na verdade o homem responsável por completar a última peça no quebra-cabeças da história das publicações tolkienianas! Seu livro The History of the Hobbit é um livro nos moldes da série The History of Middle-earth, escrita por Christopher Tolkien durante os anos 1980–90.

O primeiro volume da série foi publicado no dia 1º de maio e já está a venda na Amazon.com em capa dura, oito dias antes da data original. Na entrevista, Rateliff conta que neste primeiro volume a história desde Bolsão até a partida da Cidade do Lago será tratada, enquanto tudo da chegada a Erebor, a Montanha Solitária, até a volta a Bolsão será contado no volume dois.

O trabalho em The History of the Hobbit levou 25 anos para ser completado, pois Rateliff trabalhava nele em seu tempo livre após a chegada dos manuscritos originais do livro em Marquette em 1981, onde ele fazia Ph.D., com Taum Santoski, que faleceu com apenas 32 anos. O projeto era originalmente de Santoski, que pediu a Rateliff para que o terminasse.

Quando perguntado sobre The Annotated Hobbit, de Douglas Anderson, Rateliff diz que o livro de Anderson na verdade é complementar ao seu, sendo “o melhor texto de [O] H[obbit] em existência”. Segundo ele, seu trabalho lida apenas com a história d’O Hobbit antes de sua publicação, enquanto Anderson cobre a história da publicação original em diante.

Perguntado sobre por que Christopher Tolkien teria deixado O Hobbit de lado quando publicou a série The History of Middle-earth, ele diz que em parte foi por conta do gigantesco trabalho no qual CT estava envolvido. Por outro lado Christopher, diz Rateliff, não considera O Hobbit como parte do legendário (nome dado por Tolkien ao seu próprio conjunto de mitos e histórias). Contudo, esta não é a opinião de Rateliff, que diz mostrar em seus livros que O Hobbit era realmente conectado às lendas do Book of Lost Tales, o livro que com o tempo tornou-se O Silmarillion. Nos rascunhos do primeiro capítulo, diz ele, Tolkien menciona Beren e Lúthien: “O mago diz que eles não precisam se preocupar em procurar se vingar do Necromante, pois Beren e Tinúviel já demoliram sua torre escura”, disse Rateliff. “Esta é uma referência explícita à ‘Balada de Leithian’ e um bom indicativo para mim de que o mundo de Bilbo e o mundo deles foi pensado como sendo o mesmo desde o início.”

Quando perguntado se isso faria com que Morgoth fosse o Necromante, Rateliff lembra que Sauron era chamado dessa maneira na ‘Balada’, que foi publicada no volume III da série HoME. Desta forma, a torre destruída foi a de Tol-Sirion, onde n’O Silmarillion Beren é preso com Finrod Felagund, onde Huan derrota Sauron em forma de lobo e Lúthien destroi a torre para libertar Beren. Também sobre a ‘Balada’, Rateliff correlaciona Taur-na-Fuin, para onde Sauron fugiu, com a Floresta das Trevas.

Foi feito um questionamento sobre os mistérios d’O Hobbit, como o Rei Bladorthin mencionado no Capítulo 12, a origem da cota de malha e os “Were-worms of the Last Desert”. Rateliff explica que originalmente o mago deveria se chamar Bladorthin, que a cota de malha passou por diversas modificações (o mithril foi uma adição tardia) e que originalmente os Were-worms eram “dos chineses”! Existem outras citações a criaturas do “mundo primário”, o que Rateliff atribui à influência de Lord Dunsany sobre Tolkien em seus primeiros trabalhos.

De forma geral a entrevista foi muito interessante, embora no momento em que ela era feita Rateliff tenha parecido um pouco ríspido. Felizmente tudo ficou um pouco mais leve quando o meu querido amigo Daeron, num momento de escassez de perguntas do público, questionou: “Balrogs têm asas?”

A resposta de Rateliff: “Africanos ou europeus?”

Para quem quiser dar uma olhada na entrevista mais ou menos completa, é só visitar a Tolkien Library.

Elfos idealistas?

Off-topic, mas não resisti: segundo “O Hierofante“, os elfos eram idealistas porque não agüentavam ver coisas belas arruinadas pela falta de cuidado, falta de habilidade e estupidez.

Então eles contra-atacam com o quê? Excesso de zelo, artefatos overpower e, bem, estupidez?

Ah! os perigos da filosofia de botequim… De vez em quando ela traz à tona algumas verdades que ninguém quer ver. Os idealistas são um grupinho que dá arrepios!

Ardalambion: Ainda me dá arrepios de ler

A Ardalambion BR está de cara nova, mas ainda me dá arrepios de pensar em lê-la. Compreendo que não dá para modificar consideravelmente o conteúdo, já que o site é para ser uma tradução do original, mas, poxa, será que daria para aumentar o tamanho da fonte ao menos? Que tal usar a fonte Georgia ao invés da Verdana? E qual é a dos links em laranja?

Fora esse detalhe (que já vem desde a skin anterior, aliás), Eldarato, ficou show a Ardalambion! Espero que o Gabriel se desafogue logo para conseguir fazer uma atualização decente de conteúdo. O Rogue’s Guide do Thorsten é um artigo que eu estou louco para ver em uma versão bem diagramada e de letras garrafais. 😉

Neo-Élfico?

Estava conversando com meu amigo Phreddie por MSN Windows Live Messenger hoje a noite e ele fez uma pergunta: o que é Neo-Quenya?

Esta pergunta é relevante para alguém que não conhece o lado político das discussões nos principais círculos de discussão das línguas tolkienianas. Vou poupar-lhe dos detalhes tétricos e dar-lhes a definição que ficou subentendida:

Qualquer composição feita por qualquer pessoa que não seja o próprio Tolkien deve ser chamada de composição Neo-Élfica.

Ou seja, entendemos que Tolkien era a única pessoa de compor em Quenya propriamente dito. Você, eu e todas as outras pessoas no mundo compõem em Neo-Quenya (e Neo-Sindarin, Neo-Telerin, etc.). E sim, as frases faladas no filme são Neo-Élfico também.

Where’s my mind?

Este blog é escrito usando o excelente WordPress, que é basicamente o Blogger em esteróides. Infelizmente, nos últimos tempos eu precisei atualizá-lo duas vezes (2.0.5 > 2.0.6 > 2.1, e pulei a atualização do 2.0.7). Com alguma sorte não terei mais de instalar atualizações por um mês ou algo do tipo, o que significa menos trabalho administrativo e mais trabalho de conteúdo. Além de menos preocupação com possíveis ataques de crackers.

Nos últimos dias a Valinor tem consumido meu tempo, com muitas dúvidas de gente interessada. Fico muito feliz em perceber que há ao menos uma ou duas pessoas realmente interessadas em fazer progresso nas línguas tolkienianas. Essas discussões vêm sacudindo um pouco da minha ferrugem no Sindarin e mostrando algumas fraquezas das traduções antigas, de outras pessoas e as minhas também. O principal problema é a inconsistência entre as traduções em Quenya e Sindarin, embora ambas as línguas possuam cognatos, salvo raras excessões.

Um exemplo? O Q. *omenta- é o cognato do S. *govanna-. O primeiro elemento (o-) vinha da raiz WO, como é explicado no livro War of the Jewels. Em Q. o w à frente do o (“o” longo, escrito em Quenya e Sindarin como ó) desaparece. Portanto wo- > o. Em S. *wo > gwo > go.

Estranho como nos últimos 3 anos nunca me passou pela cabeça traduzir Mae govannen! como Mai omentaina! Somente quando você decide aplicar uma certa consistência e se perguntar “como posso deixar isto mais simples?” que essas idéias aparecem em sua cabeça.

Portanto estou trabalhando para expandir as opções de saudações em élfico, algumas que já havia composto há anos e que resolvi manter o mesmo nível de consistência demonstrado acima. Não é um trabalho difícil, mas consome um certo tempo. Além disso, estou pensando em maneiras de aprimorar a visualização desse conteúdo para vocês, meus queridos visitantes. Esta semana será um pouco difícil produzir esse conteúdo, pois estou fazendo um curso e planejo estar empregado até segunda-feira, mas todo o tempo que puder estarei trabalhando nisso.