O criador do projeto do Dicionário de Sindarin, Didier Willis, anunciou na lista oficial do projeto o lançamento da mais nova versão do dicionário, a 1.9. Ela conta com um novo léxico (0.995) que infelizmente não possui as informações trazidas pelo Parma Eldalamberon 17. Em compensação, o novo Hiswelóke deve agradar a gregos e troianos — talvez a melhor expressão seja “a estudiosos e compositores”.
Estatísticas
Agora é possível visualizar, através da implementação de gráficos estatísticos, quantas formas são atestadas, deduzidas ou normalizadas; ter idéia de quantas palavras no dicionário são na verdade Noldorin (52%), quantas são verdadeiramente Sindarin (33%) e quantas são atestadas tanto em Noldorin quanto em Sindarin (7%). Também é possível ver quantos substantivos, adjetivos, verbos, etc. formam o dicionário. Em outras palavras, não haverá mais “achismos” sobre a quantidade de informação que temos disponível.
Normalizações e formas canônicas
No novo Hiswelóke há dois tipos de dicionários disponíveis:
Dicionário normalizado
Este era o formato padrão utilizado pelo Hiswelóke. A normalização é o processo de pegar palavras antigas (do Noldorin das Etimologias, por exemplo) e “atualizá-las” para o Sindarin do SdA. Como eu falei acima, utilizar palavras do Noldorin mais do que dobra o número de palavras disponíveis e economiza o tempo do compositor, pois ele não precisará lembrar das regras de normalização.
Teoricamente economiza tempo dos estudiosos, que não precisam criar a normalização quando escreverem um artigo sobre o assunto (embora eu ache que um bom acadêmico deveria checar tudo que escreve).
Dicionário não-normalizado
Para ser completamente honesto, o Hiswelóke já era muito superior quando comparado às listas de palavras do Helge Fauskanger para quem desejava consultá-lo com propósitos acadêmicos. Possuir uma versão sem normalização é apenas um bônus para quem não confia muito na própria visão (o sinal † já denota uma palavra normalizada no léxico normalizado, assim como o *S. logo após a palavra, ou seja “Sindarin reconstruído do Noldorin”).
Categorias
O novo Hiswelóke traz duas possibilidades de categorização. A primeira é o léxico temático, que separa as palavras por assunto: astronomia, botânica, militar, geografia, etc. Se você quer o nome dos números em Sindarin, é só procurar a última categoria, por exemplo.
A novidade é o léxico semântico, com as categorias de Carl Buck, autor de A dictionary of selected synonyms in the principal Indo-European languages. Este foi um pedido do Carl Hostetter, que mencionou que adoraria ver um tesauro das línguas élficas escrito nos moldes dessa publicação.
Este foi um pedido muito mais feliz do Carl comparado com o dicionário não-normalizado. A classificação é extremamente intuitiva, e faz com que o processo de encontrar sinônimos seja simples (cf. barad e minas em 20.35, para decidir qual é a melhor palavra para “torre” em um determinado contexto; ou 18.12 para linna- vs liria- “cantar” em Sindarin e Noldorin respectivamente). Entenda, encontrar sinônimos era possível antes, com a versão Inglês-Sindarin do Hiswelóke, mas ler sobre os diferentes usos era extremamente cansativo aos olhos, por estarem dentro do corpo do texto.
Note que eu nem precisei ter o A dictionary… para me encontrar nesse léxico semântico! Ele é tão bom assim!
Multilínguas
Isto não é novidade da última versão do Hiswelóke, mas para mim um grande ponto a favor dele é possuir versões em inglês, francês e alemão. Eu sei que se minha mãe quisesse aprender Sindarin, ela recorreria à versão francesa do dicionário, por ter estudado no colégio e ter estudado o francês novamente no início dos anos 1990 só por gostar do idioma. Essa flexibilidade traz um apelo maior para que os interessados iniciem nos estudos das línguas tolkienianas através do Sindarin, mesmo que eu considere o Curso de Quenya muito mais didático.
Para acessar o Dicionário de Sindarin, é só clicar aqui.