Há uns anos atrás, a Yasmin Lothuilë da Valinor me fez uma pergunta por e-mail: lothuilë era uma boa tradução para “jasmim”? Respondi o seu e-mail e, com a sua permissão, o reproduzo abaixo para quem tem interesse em aprender a abordagem correta para traduzir seus nomes ou criar novos substantivos.
Um feliz Tolkien Toast a todos!
Terça-feira, 22 de novembro de 2011:
Não tenho certeza se esse seria o nome. “Flor” é traduzido em S. loth. O outro elemento me parece ser o S. uilos, que significa “branco eterno como a neve” (é um adjetivo, denotando que a cor é branca, e que parece com a neve, e que parece que nunca deixa de ser branca).
Quem traduziu substituiu -os por -ë, para que o nome tivesse um sufixo feminino e que tivesse três sílabas ao invés de quatro. Contudo, essa pessoa esqueceu que o -ë final no Sindarin teria desaparecido (por isso você não vê nomes em Sindarin com trema). Isso deixaria o nome com o final -uil, que significa “alga” em Sindarin, e que não faria muito sentido (exceto como nome das flores de vitória-régia).
Na minha pesquisa descobri que o jasmim tem mais de 200 espécies, algumas são amarelas e outras são até avermelhadas. A predominância do jasmim branco pode ter feito com que o tradutor tenha escolhido essa cor como representativa. Contudo, pelo que eu li, a principal característica do jasmim é que a flor só abre à noite. A minha abordagem então seria fazer um nome aproximado do que seria o nome não-poético do pássaro rouxinol, em ing. nightingale.
O poético você já conhece: Tinúviel, que seria a mistura de tinu “pequena estrela, brilho pequeno” com dû “noite” (fazendo tinnu(w) juntos) e sell “donzela”. O não-poético seria dúlin, formado de dû + lind “cantor”. Dúloth seria “flor da noite”. Esse nome seria consistente com Imloth “vale de flores”, que foi criação do próprio Tolkien. Essa seria a minha tradução final, então: dúloth.