PE17: -hai na Fala Negra

Na mensagem 1021 da lista Lambengolmor, William Cloud Hicklin questionou se haveria alguma indicação de Tolkien sobre o significado do sufixo -hai na Fala Negra. A dúvida é que talvez fosse um sufixo intensificador, e uruk-hai significasse “super-orcs” (como o alemão über, o Quenya an-…)

Segundo Carl Hostetter, na página 12 do Parma Eldalamberon 17, -hai é “povo” (folk em inglês). Ao menos neste estágio conceitual, portanto, -hai é o cognato do Quenya lië (que pode ser visto em Eldalië “povo élfico”).

Lá e de volta outra vez

Gostaria de pedir desculpas a todos pelo tempo em que o site ficou fora do ar. Foi por motivos totalmente alheios à minha vontade.

Ao longo desta semana vou tentar fazer algumas atualizações por aqui, mas por enquanto já é uma boa notícia ter retornado à ativa!

Instalei uma nova versão do WordPress, que agora produz tags. Agora é só conseguir fazê-las funcionar. 😉

Atualização: alguns plugins não estão funcionando por conta dessa atualização (a nova versão foi lançada só há 18 horas atrás, os plugins são de terceiros). Acho que a única baixa significativa até agora é a página de artigos, que deve retornar tão logo o autor Alex King envie uma nova versão para o seu site. (Talvez amanhã.)

Atualização 2: A página de artigos está novamente no ar.

Resposta do Helge sobre os comentários do Thorsten

Recebi um e-mail do Helge hoje de manhã, onde ele dizia sobre comentários que fiz na lista elfling-d:

Já que você está tão ávido a espalhar a mensagem do Thorsten, completa com afirmações incorretas e totalmente não-documentadas sobre minhas supostas opiniões, talvez você possa se incomodar de traduzir minha resposta também? Como uma recompensa pelo tempo que levei anteriormente para responder suas questões, por exemplo?

Eu respondi:

Claro. Qualquer pessoa tem o direito de resposta. Eu o faria mesmo que você não tivesse me ajudado sequer uma vez ao longo dos anos. É minha obrigação moral (e eu não estou sendo sarcástico aqui).

Então, abaixo segue a resposta do Helge ao Thorsten, como foi pedido pelo autor: Continue lendo Resposta do Helge sobre os comentários do Thorsten

PE17: Tempo perfeito do Quenya e pequenas frases

Com eficiência tipicamente alemã, Thorsten Renk vem atualizando seus artigos sobre o Quenya e o Sindarin a cada nova publicação.

Primeiramente, as várias pequenas frases espalhadas pelo PE17 em Quenya já estão compiladas no Índice de Frases em Quenya em seu site, Parma Tyelpelassiva. Lá vocês poderão encontrar diversas frases de uso comum, como “corra rápido”, “observe de perto/atentamente”, “A é melhor (mais brilhante) que B”, “Deus te abençoe”, etc. Todas criadas por Tolkien.

Outras pérolas mostram a tradução do nome Aragorn para Quenya: Arakorno (ou Aracorno, em conformidade com as convenções ortográficas do SdA). Isso vai gerar piadinhas… Por fim, koar al larmar “corpos e vestes” mostra um desenvolvimento interessante de ar “e” > al antes de l, o que faz sentido, sendo ambos fonemas laterais.

Conversei com o Thorsten sobre o assunto em um e-mail privado, perguntando se eu estava correto sobre esse desenvolvimento citado acima. Ele deu uma olhada no PE17 e me repassou o seguinte:

OK, na verdade é bem claro. Tolkien tentou diferentes conceitos, mas em vários al é a forma que “e” assume antes de l- e as antes de s- – a frase [no Índice] ilustra o primeiro uso.

Por fim, Thorsten escreveu um artigo completamente novo tratando do Tempo Perfeito do Quenya, tratando dos diversos exemplos novos. Alguns exemplos dignos de nota são orya- perf. orie, anta- perf. anie, que finalmente mostram que as formas do tempo perfeito de verbos que iniciam em vogal alongam-na, se for possível (i.e. se não estiverem em um ditongo, como #uie ou ortanie.

Vários verbos derivados como menta-, sirya-e melya- parecem perder -ta, -ya completamente: emenie, isirie e emelie respectivamente. Mas exceções existem, como nahta- perf. anahtie.

Para terminar, o verbo talt- “*escorregar” chamou muito minha atenção, pois é a primeira vez que fico sabendo de um verbo primário triconsonantal desta forma em uma fonte pós-SdA! (Lembrando que talta- aparece nas Etimologias na entrada TALÁT, como um verbo derivado; talta-taltala ing. “tumbling down” é o 30º verso do poema Markirya.)

Thorsten fala a Helge que pare com críticas à Equipe Editorial

Ouch! Acho que o dia 2 de setembro, que já é bem famoso por ser a data de falecimento de Tolkien, pode se tornar o dia em que a perseguição à Equipe Editorial pode começar a acabar. Hoje o Thorsten Renk enviou uma carta um tanto ousada à lista Elfling (mensagem 34368), pondo em cheque a atitude do Helge Fauskanger de constantes críticas à agenda e ritmo de publicação desse grupo. Continue lendo Thorsten fala a Helge que pare com críticas à Equipe Editorial

Changelog das listas de palavras da Ardalambion

Com a publicação do Vinyar Tengwar 49 e do Parma Eldalamberon 17, as listas de palavras da Ardalambion (em inglês) serão atualizadas mais cedo ou mais tarde. De fato, a inglês-Quenya já foi parcialmente atualizada. Contudo, o autor das listas, Helge Fauskanger, por enquanto não menciona em lugar algum de seu site quais foram as modificações que ele fez em seu documento, o que cria um transtorno para aqueles compositores que gostariam de atualizar suas criações artísticas em Quenya.

Para solucionar este problema, criei um documento chamado Quettaparma Quenyanna Changelog (Livro de Palavras Para o Quenya – Relatório de Mudanças). Changelogs já são utilizados em larga escala por desenvolvedores de software para listar todas as modificações das várias versões lançadas de seus programas. Este documento faz o mesmo: lista todas as entradas modificadas e adicionoadas no Quettaparma Quenyanna, a lista inglês-Quenya.

Clique aqui para baixar o Quettaparma Quenyanna Changelog!

Espero que este documento seja útil a todos os compositores e estudantes!

Última atualização do changelog: 02/09/2007.

PE17: Bye bye sistema verbal e pronominal do Sindarin

Se teorias sobre as línguas élficas fossem homens, os coveiros estariam pedindo férias neste semestre. Mais um pedacinho de nosso conhecimento presumido acaba de morrer, principalmente no que diz respeito a pretéritos do Sindarin. A lista de verbos a seguir aparecem no Parma Eldalamberon 17 (PE17) e foi compilada por Thorsten Renk, com as referências de página (e o comentário sobre echant) por Helge Fauskanger:

  • sevin pret. aw (p. 173)
  • dewin pret. edíw (p. 151)
  • nor- pret. onur (p. 168)
  • echad- pret.alt. edagant (p. 42; é sugerido que echant é a forma em uso corrente)
  • carfa- pret. agarfant/agarfast (p. 126)

Aliás, como o Thorsten nota, antes disto tínhamos apenas quatro verbos no pretérito atestados no Sindarin (ao contrário do Noldorin, encontrado nas Etimologias): ónen “eu dei”, echant “fez”, teithant “escreveu” e agor “fez”, sendo que em XI:415 é dito que essas formas são “comuns” em verbos “fortes” ou “primários” do Sindarin.

Abaixo segue uma análise do Helge sobre essas formas e algumas outras. Traduzi o ing. augment para “afixo aumentativo”, porque esta foi a melhor definição que encontrei, mas só para ter certeza, ele se refere à vogal que é prefixada de forma semelhante ao tempo perfeito do Quenya (o que me parece ser o padrão descrito abaixo, para falar a verdade). Mas vamos à palavra dos especialistas:

Onur “correu” (* < onôr-) está de acordo com agor “fez” já conhecido de Quendi and Eldar (< akâr-). Sevin, pret. aw para ahawv mais antigo, reflete a raiz SAM “ter”. A idéia é que *asâm- primeiro torna-se regularmente ahauv (do qual o “ahawv” de Tolkien é simplesmente uma grafia alternativa), mas então ah- funde-se com a sílaba seguinte, -v é perdido seguindo -w, e nós ficamos com au, aw.

Edíw “falhou” deve ser um erro para *edhîw, compare adhag de dak- na p. 131. De outra maneira, esta é regularmente formada a partir de *edêw-.

Edagant como uma (aparentemente hipotética, não utilizada) alternativa a echant “criado, formado” contém #agant como um pretérito alternativo derivado da raiz KAT. Edagant representaria *et-akante anterior. Aqui nós temos a infixação nasal ao invés do alongamento da vogal-raiz (não **akât- > **agod). É interessante que o afixo aumentativo é ainda utilizado mesmo com a infixação nasal também aparecendo aqui.

Nós também podemos considerar as formas aval- e adhag/adhanc, citadas na p. 131 como os aparentes pretéritos de bal- e dak- (talvez significando “governar” e “matar (slay)”?) A primeira é anormal no fato que não mostra alongamento da vogal-raiz (baseado nos outros exemplos nós esperaríamos *avol de *abâl-). O mesmo vale para adhag ao invés de *adhog, mas adhanc é uma forma similar a #agant, tanto com o afixo aumentativo e a infixação nasal.

Agarfant como um pretérito de carfa- “falar” combina o afixo aumentativo com o sufixo -nt. Isto é surpreendente, pois o exemplo canônico teithant não possui o afixo. De acordo com o editor, agarfant foi modificado de carfant, uma forma que teria concordado com teithant. (Também compare covant ao invés de *agovant como o pretérito de covad- “coletar”, p. 16.) Seria *edeithant igualmente possível? E podemos similarmente escolher de forma mais ou menos livre entre *pent e *ebent para “falou”?

Agarfast “falou” como o pret. intransitivo de carfa- contém um sufixo nunca antes visto, embora lembre o -as conhecido de alguns verbos nas Etimologias. …

De acordo com PE17:126, Tolkien escreveu que o sufixo -nt é usado no caso de verbos transitivos, mas -ir no caso de intransitivos. Esta idéia aparentemente sobreviveu por uns dois segundos; então ele escreveu a forma do pretérito intransitivo agarfast com um sufixo totalmente diferente: Um pequeno lembrete de que nós estamos olhando para notas brutas e devemos considerar este material pelo que ele é. …

Gwaen “eu vou” (p. 148) é uma forma que parece estranha a primeira vista, mas é provavelmente regularmente derivada de *wa-in (a raiz WÂ é dada). O pretérito anwen *”eu fui” pode representar uma raiz que é tanto aumentada quanto infixada nasalmente (*a-n-we-n-), ou o A inicial vem de AWA como uma forma mais longa da raiz (também dada). Sem um sufixo pronominal nós temos anu, para o *anw mais velho.

Fonte: E:34350

Parma Eldalamberon 17: Anúncio Oficial

Christopher Gilson enviou a seguinte carta tanto à lista Elfling e Lambengolmor ontem (dia 26):

“Parma Eldalamberon”, ‘O Livro das línguas Élficas’, é um jornal da Elvish Linguistic Fellowship, um grupo de interesse especial da Mythopoeic Society. A edição atual é um comentário por J.R.R. Tolkien do final dos anos 1950 e início dos anos 1960 sobre as palavras e nomes de suas línguas inventadas incorporadas em O Senhor dos Anéis. Este comentário foi editado e anotado por Christopher Gilson, com a permissão e orientação de Christopher Tolkien e da Tolkien Estate.

“Palavras, Frases e Passagens” é uma coleção de notas sobre os exemplos de Quenya, Sindarin, anão, rohírrico, e fala negra ocorrendo em O Senhor dos Anéis, com traduções detalhadas e explicações sintáticas, junto com uma discussão das etimologias de várias palavras e nomes. Para exemplos élficos, estes foram traçados até suas raízes no Eldarin Comum. As entradas foram organizadas por Tolkien na ordem em que as palavras e frases ocorreram na história e esse arranjo foi preservado nesta edição.

Embora Tolkien nunca tenha completado o comentário como originalmente planejava, ele manteve a mais apressada lista de palavras e nomes, a partir da qual ele trabalhava; e ele continuou a compor notas adicionais sobre a gramática e história das palavras élficas e nomes na história. Muitas dessas foram colocadas juntas com “Palavras, Frases e Passagens”, e o comentário principal foi suplementado por essas notas nesta edição. Juntos, esses textos dão a visão mais clara que temos sobre como Tolkien concebeu suas invenções lingüísticas nas formas reveladas aos seus leitores.

Em muitas das notas em “Palavras, Frases e Passagens”, Tolkien expressa hesitação sobre suas explicações preliminares, ou nota discrepâncias entre elementos ocorrendo em mais de um contexto. As notas mostram como sua reconsideração nesta época das línguas inventadas algumas vezes levaram a revisões no texto d’O Senhor dos Anéis como publicado na 2ª edição de 1965. Elas também mostram como Tolkien alcançou novos insights nas explicações etimológicas de algumas palavras e nomes.

Muitas das entradas em “Palavras, Frases e Passagens” mencionam as raízes de componentes élficos em discussão, e esta edição inclui um índice dessas raízes. Durante este período Tolkien também compilou várias listas e coleções de raízes e palavras derivadas delas. Essas etimologias foram combinadas com o índice em uma única lista alfabética organizada por raiz, fornecendo uma visão holística de seu conceito do estoque de elementos básicos que fundamentam as línguas élficas.

As entradas em “Palavras, Frases e Passagens” foram anotadas para apontar suas conexões com os exemplos das línguas inventadas de Tolkien inclusas em seus outros escritos, como O Silmarillion; Contos Inacabados; Cartas; e A História da Terra-média. Esta edição também inclui um índice organizado por língua, de todas as palavras e frases que são mencionadas nas entradas da lista principal e na lista de raízes.

O Parma Eldalamberon edição número 17 é um jornal de 220 páginas.

Arte de capa por Patrick H. Wynne.

Pedidos – O custo é U$ 35,00 por cópia incluindo postagem e manejo no mundo inteiro. Por favor use o botão PayPal no link a seguir:

http://www.eldalamberon.com/parma17.html

Ou envie cheque ou espécie (dólares americanos apenas) para:

Christopher Gilson
1240 Dale Avenue, No. 40
Mountain View, CA 94040
U. S. A.