Isto cheira a coisa de Morgoth… Mais sobre o PE17

Uma informação bem interessante trazida pelo PE17, citada por Helge Fauskanger na E:34319: o nome original em Quenya de Sauron era Mairon “Admirável”.

Por outro lado, seu novo nome, “o Odioso”, pode vir mais do que apenas o seus atos malignos. Discutindo vphan (que gerou a palavra em Q. fána, o corpo angélico dos Ainur), Tolkien menciona que os Maiar, mesmo quando invisíveis, podiam ser reconhecidos através de sua fragrância; sem surpresas, aqueles Maiar corrompidos por Morgoth cheiravam mal. Parece que não havia chuveiros em Utumno… Fauskanger nota que a raiz de onde vem o nome “Sauron” é relacionada com palavras como “pútrido”.

Parma Eldalamberon 17: Artigo definido na Fala Negra

Após alguns questionamentos sobre o que exatamente está no Parma Eldalamberon 17 (PE17), entregue especialmente àqueles que participaram da Omentielva Tatya na Antuérpia, Helge Fauskanger dá algumas informações na E:34319. Abaixo está traduzido o que foi falado da Fala Negra, uma das línguas que as pessoas mais procuram informações (infelizmente, em minha opinião):

Alguns detalhes [no PE17] não poderiam ter sido deduzidos de outra forma. Por exemplo, a desinência -um na palavra burzum “escuridão” da Fala Negra não é um sufixo abstrato correspondente ao inglês “-ness”, como foi presumido por muitos (já que também tínhamos búrz “escuro” atestado). Tolkien a identifica como uma desinência correspondente ao artigo inglês, então o sentido literal é “o escuro”. Portanto “o Anel” seria possivelmente ser referido como *Nazgum, por exemplo.

Omentielva Tatya: Pronomes do Quenya, Khuzdul e Parma Eldalamberon 17

Helge Fauskanger voltou do Omentielva Tatya (quenya, Segundo Encontro) que ocorreu na Antuérpia, Bélgica, uma convenção sobre línguas tolkienianas. Ele fez o upload de dois ensaios escritos por B.J. Ward:

A surpresa do evento, ao que parece, foi o inesperado lançamento do Parma Eldalamberon 17, distribuído por Bill Welden durante o evento. Segundo Helge, há “200+ páginas de material pós-SdA” e que esta edição “traz os comentários de Tolkien sobre os vários exemplos de línguas ‘exóticas’ no SdA, e há novas informações sobre o Khuzdul também. A palavra baruk “machados”, é dito ser a forma plural de bark “machado” (p. 85)…”

Em luz desta nova publicação, o artigo sobre derivações em Khuzdul está defasado. Contudo, é uma das raras oportunidades que o leitor atual tem de comparar como, em um único dia, nosso conhecimento muda de maneira radical.

Fonte: E:34301

Atualização no Parma Tyelpelassiva (13/08/2007)

Mais uma atualização no site do estudioso alemão Thorsten Renk, o Parma Tyelpelassiva (Quenya, Livro das Folhas Prateadas), anunciada na E:34300:

  • Construções Impessoais em Élfico — diz Thorsten que era um dos primeiros artigos que escreveu para o site, e que por isso “não era muito bom”. Ele continua dizendo que o artigo agora “foi reescrito da maneira que eu acho que deveria ter sido escrito, incluindo exemplos do Qenya inicial e do Goldogrin e algumas formas relevantes novas do VT49“.
  • Pequeno Índice de Frases em Q(u)enya — talvez a atualização mais importante, em minha opinião. Como o próprio Thorsten diz, a motivação para fazer tal índice é que várias frases em Quenya passam desapercebidas pelo leitor dos jornais VT e PE. Entre frases célebres estão órenya quete nin “meu coração me diz”, yeo / yello / ion / illon camnelyes “do que/de quem você recebeu”, etc.
  • 52 maneiras de dizer “eu te amo” em Quenya — ah, se esta não se tornar a página mais visitada do site dele, eu não me chamo Slicer! (Ei, espere, este não é mesmo meu nome…)

Valinor recompensando colaboradores

A Valinor decidiu criar um sistema de recompensas aos colaboradores do site. Você pode contribuir com artigos, notícias ou fanfics e, assim, ganhar pontos que podem ser trocados por prêmios. Os detalhes podem ser lidos aqui.

Tenho certeza de que vai haver um bom grupo de pessoas que vai querer encarar as 625 notícias traduzidas necessárias para trocar os pontos pelas Versões Estendidas, mas eu particularmente me contentaria com os cinco primeiros volumes da série HoMe, que estão bem baratinhos em comparação. Se eu tivesse pontos retroativos pela resenha do “Tolkienian Linguistics” e enviasse os gestos élficos, só faltaria 33 artigos próprios. 🙂

Revisão dos resumos do Curso de Quenya (10/08/2007)

Resolvi aproveitar o tempo livre que tive hoje à tarde para fazer uma série de revisões e observações necessárias aos Resumos do Curso de Quenya 1-10, haja vista a grande quantidade de informações que o VT49 nos trouxe.

Já na lição 2 deixei uma nota sobre o plural dual. Na lição 4, escrevi sobre nar vs. nár, dando preferência à última. Nos artigos onde havia tabelas com formas verbais, adicionei mais uma coluna para as formas duais, refletindo a evidência siluvat “brilharão”.

O resumo mais afetado foi o 10: ambas as desinências pronominais da 3ª pessoa do plural, como descobrimos, são diferentes no paradigma de c. 1968; enquanto isso, verya- acaba com a nossa teoria do pretérito de v. intransitivos em -ya.

A Construção de Barad-dûr

Meu amigo Douglas Donin encontrou uma pérola na rec.arts.books.tolkien, escrita por “O. Sharp” em 1996:

Eu estava lendo o Conto dos Anos esta noite, tentando decidir se era possível (como Mark Sulkowski sugeriu na discussão “Fantasy Metals”) que o metal do Um Anel tivesse vindo de Númenor quando encontrei um quebra-cabeças inesperado.

Continue lendo A Construção de Barad-dûr

Notícias do dia 7/8/2007

Notícias sobre as línguas élficas ou assuntos relacionados no dia 7/8/2007:

  • O blog do estudioso tolkieniano Michael Martinez (Tolkien Studies) foi atualizado falando sobre a MERPCon III, evento patrocinado pela MERP.com tratando sobre o RPG tolkieniano. Você pode ouvir o Martinez falando durante o evento neste arquivo de audio.
  • A maior parte do post do Martinez foi sobre o lançamento de uma publicação voltada a esse assunto: Other Minds. Segundo os editores, a intenção não é rivalizar com o fanzine Halls of Fire, mas sim abranger áreas que o este não cobre: épocas que não a da Guerra do Anel, sistemas que não seja o CODA. A primeira edição traz um espetacular set de mapas para uso em campanhas, feito por um grupo de cartógrafos liderados por Thomas Morwinsky.
  • O clima ficou tenso desde que o norueguês Helge Fauskanger lançou (na E:34259) a revisão preliminar das listas de palavras em Quenya na Ardalambion. O alemão Thorsten Renk (Parma Tyelpelassiva, Curso de Sindarin) discordou de uma forma um tanto ríspida em E:34264 da posição do Helge relativo à confiabilidade que a nova tabela de pronomes pode trazer para o cenário do neo-élfico. Houve mais um par de mensagens, E:34281 e E:34283. Segundo Thorsten, não há um problema de falta de informação sobre os pronomes do Quenya, mas sim uma sobrecarga de informação conflitante. Ele menciona a desinência -t, que reconhecíamos como a versão curta da 3ª pessoa do plural — agora sabemos que Tolkien imaginou nessa tabela que -t é o dual da 3ªp.pl. (ver tabela de 1968), e isso conflita com a tradução do Pai Nosso em VT43. Diz Thorsten: “Siv’ emme apsenet agora significaria ‘como nós dois (exclusivo) perdoaríamos eles dois’ – então pecados e pecadores vêm em pares.”
  • Neste meio tempo, Thorsten atualizou alguns artigos no Parma Tyelpelassiva: O Sistema Pronominal do Quenya, contendo informções cronológicas sobre o desenvolvimento externo, desde o Qenya de 1917; O Pretérito do Quenya, igualmente cronológico e contendo informações novas do VT49; e um artigo original sobre o Modo Sindarin com tehtar das tengwar, seguindo o mesmo estilo dos artigos sobre línguas. Ele promete lançar em breve artigos sobre o verbo ser/estar e numerais em Quenya.
  • The J.R.R. Tolkien Companion and Guide (de Wayne Hammond e Christina Scull) ganhou o Mythopoeic Awards na categoria “Mythopoeic Scolarship Award in Inklings Studies”. Se eu fosse obrigado a fazer uma aposta quando noticiei a lista de indicados há dois meses atrás, seria essa. Venho lendo os livros deles nesse último mês e posso dizer que o nível de detalhismo deles é espetacular. No Chronology eles encontraram até as datas onde Tolkien jogou rugby pela escola.

Seis coisas para fazer enquanto o Fórum Valinor está em manutenção

O Fórum Valinor estará fora do ar por ao menos um dia, fazendo backup do banco de dados e tudo mais. O que fazer?!

Opções possíveis:

  • Visitar os outros sites da Valinor: Lothlórien, Ardalambion e Durbatulûk. A Lothlórien tem a vantagem de ser voltada à produção de fãs, o que não foge muito do que fazemos com o neo-élfico. Bom lugar para tirar inspiração.
  • Entrar no Conselho Branco e falar com outros fãs do seu estado/região. [Ressalva: Sou Dir. Técnico do CB.] O diferencial do Conselho Branco, para mim, foi sempre a possibilidade de poder se encontrar ao vivo com outros fãs, coisa que raramente (ou nunca) acontece em outras sociedades. São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo têm as Tocas mais movimentadas.
  • Visitar o Fórum Andúnië. É uma comunidade muito democrática que se concentra em discutir seriamente as obras de Tolkien. Gosto muito do jeito que eles são organizados e se preocupam em discutir de forma clara o assunto, com respeito mútuo.
  • Se você for de Portugal (ou mesmo se não for), pode dar uma olhada na comunidade Tolkienianos. São pessoas extremamente esforçadas, e toda a dedicação deles ao traduzir o Livro dos Reis para Quenya agora está dando frutos. Vi algumas fotos das iluminuras… É de cair o queixo.
  • Você pode ler o Tolkien e o Élfico por inteiro também; acho que recém estou chegando perto dos 100 posts. Gosto bastante de responder a dúvidas e discutir qualquer assunto, então se quiser pode entrar em Contato ou enviar um comentário ao post relevante. Não precisa ser necessariamente sobre as línguas tolkienianas, até porque compreender a vida de Tolkien e a vida dos elfos é importante para compreender as línguas.
  • Por último, pode seguir o que o pessoal da Valinor fala e ler algum livro de Tolkien! Sempre descobrimos algo novo quando lemos Tolkien mais uma vez, ou sempre ficamos com alguma dúvida. Anote-as e, quando o fórum voltar, você terá o que postar. 😉

Oops! Como eu pude esquecer da Dúvendor? O Mithrandir tem tanta informação boa no site dele que foi como não ver um olifante à minha frente! Visitem!

Slicer Responde: Vol. 1

Não, não estou lançando uma publicação com esse nome (ainda; não me deu na telha). Mas os pedidos para tradução de nomes se acumularam de tal maneira que achei melhor responder tudo em um post. O primeiro é do “ezequiel”:

eu queria saber o nome “stela” em elfo e “ezequiel ” tb c souber me pando plx

“[E]stela” vem do lat. stella “estrela”. Em Q. Elen, em S. Êl. “Ezequiel” vem do heb. Yehezqel “Deus fortalece(u)”, mas não temos um verbo “fortalecer”. O mais próximo que consegui chegar foi “vigor de Deus”, Q. Eruormo, S. Eruor.

Antes que me acusem de ter passado reto pelo pedido da Ivone, já o respondi no Fórum Valinor. Seguindo para o da Emanuela:

Slicer,

Como ficam os nomes Emanuela e Érico?
Obrigada!

“Emanuela” vem do heb. Immanu’el “Deus está conosco”: Q. Eruaselvë, S. Erunavin. Já “Érico” é do nord.ant. Eirikr “comandante/senhor honrado”. Como honra, glória e fama tem significados similares (sem contar que não temos um subst. honra e fama no vocabulário conhecido do Q. e S.), precisei utilizar Q. Alcarcáno e S. Aglargon, que incidentalmente é a mesma tradução de “Rodrigo”, meu nome.

Walter é o próximo:

meu nome em elfico como ficaria e as magias como cojuralas em elfico, muito abrigado, esse site é muito loko

Seu nome vem do a.-al.ant. Walthari “comandante do exército”. Precisei modificar isto um pouco para “comandante de guerra”, o que dá em Q. Ohtacáno e em S. Othgon. Outra possibilidade é Q. Ohtaher, dando um sentido mais amplo, como um Generalissimo, Field Marshal, General of the Armies, etc.

Só para constar, embora não tenha confirmação, acho que “Waldir” é uma corruptela de Walter, e teria a mesma tradução.