Elfos idealistas?

Off-topic, mas não resisti: segundo “O Hierofante“, os elfos eram idealistas porque não agüentavam ver coisas belas arruinadas pela falta de cuidado, falta de habilidade e estupidez.

Então eles contra-atacam com o quê? Excesso de zelo, artefatos overpower e, bem, estupidez?

Ah! os perigos da filosofia de botequim… De vez em quando ela traz à tona algumas verdades que ninguém quer ver. Os idealistas são um grupinho que dá arrepios!

Resumo do Curso de Quenya: Lição 10

Advérbios

Existem alguns advérbios “básicos” no Quenya: aqua “completamente”, “agora”, amba “para cima”, háya (ou talvez haiya) “longe”, oi “sempre” e outros.

A maioria dos advérbios do Quenya são criados ao adicionar a desinência -vë a um adjetivo:

  • Adjetivos que terminam em -a apenas adicionam -vë;
  • Adjetivos que terminam em e -in são uma incógnita e não são abordados nos exercícios (até onde eu verifiquei), mas as possibilidades são abordadas nas pág. 167-8.

Desinências pronominais -ntë e -t

-ntë é a desinência pronominal da 3ª pessoa do plural (“eles/elas”) e -t é a versão curta dele e também é utilizado quando o pronome é o objeto: pustanentet “eles os pararam”.

O VT49 de julho de 2007 trouxe a tona uma tabela de pronomes que transforma -ltë na desinência pronominal para a 3ª.p.pl. Segundo CI:498, -ntë é a desinência para “quando não se menciona o sujeito previamente”. -t tornou-se a forma curta tanto da 2ª.p.sg. familiar (-tyë) quanto da 3ª.p. do dual (-stë/-ttë). Não há forma curta para a 3ª.p.pl., mas há uma forma independente, .

Estas informações fazem com que os exercícios envolvendo estas desinências tornem-se obsoletos no curso impresso.

Infinitivos com pronomes oblíquos

Quando se adiciona uma desinência a um verbo no infinitivo, e este verbo é primário, utiliza-se o infixo -ita- ao invés de simplesmente -e (ou -i): carë “fazer” ? caritas “fazê-lo”.

Já os Radicais A são uma incógnita, portanto não são abordados nos exercícios. As páginas 173-4 abordam o assunto.

Pretérito de verbos intransitivos em -ya

De maneira rápida, verbos intransitivos que terminam em -ya parecem perder esse -ya ao formar o pretérito. Exemplos:

  • farya- ? farnë
  • vanya- ? vannë
  • lelya- ? lendë (< antigo led-në)
  • ulya- ? ullë

Note que os verbos transitivos em -ya não seguem esse padrão! Cheque antes se um verbo é ou não intransitivo para não cometer enganos!

Em VT49:45 temos o verbo intransitivo verya- “casar”, cujo pret. é #veryanë, mandando nossa teoria para o espaço.

Particípios Passivos (Passados)

Verbos Radicais A formam os particípios passivos adicionando a desinência -ina à raiz: hasta- ? hastaina.

Verbos primários terminados em oclusivas (t, p, c) alongam a vogal raiz e adicionam -ina: rácina, nótina.

Os terminados em -r formam em -rna e não alongam a vogal raiz, por causa do encontro consonantal: Merna “procurado”.

Os em -m, -n e -l são incógnitas. Sugiro a leitura cuidadosa das páginas 181-2 para que você tire suas próprias conclusões.

Por fim, o Helge pressupõe que os particípios passivos (ao contrário dos ativos) concordam sim em número. Ou seja, para o plural, -a vira .

Resumo do Curso de Quenya: Lição 9

Infinitivo

O infinitivo é escrito da seguinte forma:

  • Verbos primários adicionam ao final da raiz: tul- “vir” ? tulë;
  • Radicais A mantém sua forma raiz: lanta- “cair” ? lanta.

O Verbo de Negação

Ele é a antítese do “ser/estar”, ou seja, significa “não ser/estar”. Outro significado que o verbo de negação engloba é “eu não (faço algo)”.

  • Aoristo: umë;
  • Pretérito: úmë;
  • Futuro: úva (questionável, mas será utilizado até o fim do curso).
  • Presente: úma (também questionável)

Lembre-se que o aoristo é passível de ser modificado por uma desinência. Umë ? pl. umir “não são/estão”, 1ª pess. do sing. umin “eu não sou/estou”.

VT49:14 tem o verbo la- “não ser/estar”, pres. lanyë, pret. lane, mas como fiquei sabendo dessa forma apenas através do site do Thorsten Renk, não posso dizer com certeza qual o contexto em que este verbo pode ser utilizado.

Particípios Ativos (Presentes)

Para os particípios ativos, a formação é a seguinte:

  • Verbos primários possivelmente são formados adicionando-se a desinência -la à forma do verbo flexionada no presente: tir- ? tírala;
  • Radicais A adicionam -la e alongam a vogal raiz: ruma- ? rúmala.

Lembrando que se existe um encontro consonantal após a vogal raiz, não se alonga a mesma: pusta- ? pustala.

Ardalambion: Ainda me dá arrepios de ler

A Ardalambion BR está de cara nova, mas ainda me dá arrepios de pensar em lê-la. Compreendo que não dá para modificar consideravelmente o conteúdo, já que o site é para ser uma tradução do original, mas, poxa, será que daria para aumentar o tamanho da fonte ao menos? Que tal usar a fonte Georgia ao invés da Verdana? E qual é a dos links em laranja?

Fora esse detalhe (que já vem desde a skin anterior, aliás), Eldarato, ficou show a Ardalambion! Espero que o Gabriel se desafogue logo para conseguir fazer uma atualização decente de conteúdo. O Rogue’s Guide do Thorsten é um artigo que eu estou louco para ver em uma versão bem diagramada e de letras garrafais. 😉

Resumo do Curso de Quenya: Lição 8

Tempo Perfeito

Leia os dois primeiros parágrafos da lição e a nota de rodapé do tradutor, pois são importantes para a compreensão do tempo perfeito.

  • Verbos primários: adiciona-se a vogal raiz como prefixo, alonga-se a vogal raiz e adiciona-se -ië ao fim da raiz: tul- “vir” ? utúlië
  • Radicais A perdem o -a final, que é substituído por -ië e seguem o mesmo procedimento dos verbos primários, exceto que:
    • Radicais A em -ya parecem perdê-lo por completo: hanya- “entender” ? ahánië
    • Os que possuem encontros consonantais após a vogal raiz não alongam a mesma: lanta- “cair” ? alantië, e não **alántië
    • Os que começam em vogais são uma incógnita, por isso não são abordados nos exercícios do Curso.

Sabemos que isto não é inteiramente correto agora. menta- ? emenie (PE17:93), fanta- ? afanie (PE17:180) e outros exemplos trazidos no fim de agosto de 2007 pelo Parma Eldalamberon 17 tornará necessária a criação de um novo paradigma. Leia meu artigo PE17: Tempo Perfeito do Quenya e pequenas frases para mais informações sobre as novas evidências.

Pronomes Pessoais

As páginas 146-7 explicam o que exatamente são os pronomes. Caso você não saiba, leia com cuidado. Esta lição trata dos pronomes -n(yë) “eu”, -l(yë) “tu” e -s “ele/ela/isso”, sendo o último tratado apenas na posição de objeto.

No Quenya, os pronomes pessoais são geralmente desinências que são adicionadas ao final dos verbos (depois que os mesmos são conjugados em um tempo verbal). A fórmula para o uso dos pronomes é: Verbo + Sujeito + Objeto.

Exemplo: Utúvienyes “eu a encontrei” (ing. “I have found it”) é formado por utúvië “tenho encontrado” + -nyë “eu” + -s “isto”.

Quando somente o sujeito aparece como desinência, ela pode ser encurtada: -nyë “eu” vira -n e -lyë “tu” vira -l. Ou seja, vilin e vilinyë significam a mesma coisa, “eu vôo”.

Contudo, o objeto é sempre apresentado na forma curta: tultuvanyel “eu te chamarei” é correto, mas **tultuvanyelyë é incorreto!

Também, as desinências pronominais modificam a forma do aoristo, exatamente como se você estivesse adicionando a desinência plural: matë ? matin “eu como”.

Em c. 1968, sabemos que Tolkien considerava -l(yë) a desinência da 2ª. p.sg. formal, polida, o que na maior parte do Brasil seria a função do “tu”. Enquanto isso, -t(yë) seria a forma familiar, coloquial; o equivalente ao “você”, na maior parte do Brasil.


Como uma nota pessoal, quando eu mesmo estava estudando o Curso de Quenya comecei a fazer traduções fora dos exercícios após esta lição. De forma nenhuma essas traduções eram exemplares ou bonitas de se ler, mas me ajudaram a acelerar o processo de aprendizado consideravelmente. Caso você queira fazer o mesmo, eu sugiro que faça a tradução e envie-a para revisão nos tópidos Textos em Quenya ou Dúvidas de Quenya AQUI! no Fórum Valinor. Eu leio o fórum e, na medida do possível, respondo às dúvidas do pessoal.

Resumo do Curso de Quenya: Lição 7

Futuro

As formas futuras do Quenya são escritas desta maneira:

  • Verbos primários adicionam -uva ao fim do radical: hir- “encontrar” ? hiruva;
  • Radicais A retiram o -a final do radical e adicionam -uva: linda- “escutar” ? linduva

O único verbo que poderia ser considerado irregular é quat- “encher”, que formaria o futuro quantuva, por infixação nasal. Contudo, é possível que Tolkien tenha mudado a forma verbal e não se lembrou que já tinha publicado o verbo *quanta- em O Senhor dos Anéis (SdA p. 394).

Aoristo

Há duas definições aparentemente conflitantes do aoristo:

  • Helge Fauskanger diz: “pode ser usado para expressar ‘verdades universais'” (p. 130) e que “não pode descrever qualquer ‘verdade universal’ que transcende o tempo” (p. 131) tendo em vista os exemplos que possuímos se aplicam a coisas que acontecem no presente da obra, e não no passado;
  • Carl Hostetter diz: o aoristo é usado para descrever uma ação “pontual, habitual, ou de outra forma atemporal” (VT41:15).

Até o fim deste curso iremos pressupor que o Helge está correto. É a diferença semântica que mencionei na lição 5.

  • Verbos primários adicionam ao fim do radical no singular e -ir no plural;
  • Radicais A mantém sua raiz intacta e adicionam -r para o plural.
Tipo de Verbo Exemplo Singular Plural Dual
Primario mat- “comer” matë matir matit
Radical A linda- “cantar” linda lindar lindat

Não parecem haver formas irregulares no aoristo.

Resumo do Curso de Quenya: Lição 6

Pretérito

O pretérito dos verbos do Quenya é formado da seguinte forma:

Tipo de Verbo Exemplo Singular Plural Dual
Primário (1) tam- “bater” tamnë tamner tamnet
  tir- “observar” tirnë tirner tirnet
Primário (2) mat- “comer” mantë manter mantet
  top- “cobrir” tompë tomper tompet
  tac- “atar, unir, ligar” tancë tancer tancet
Primário (3) vil- “voar” villë viller villet
Radicais A orta- “erguer” ortanë ortaner ortanet

Uma breve explicação sobre os tipos diferentes de verbos primários:

  • Primário 1 — Terminam em -m e -r e apenas acionam -në para formar o pretérito;
  • Primário 2 — Terminam em oclusivas surdas (t, p, c [=k]) e sofrem infixação nasal (ver p. 116);
  • Primário 3 — Terminam em -l e duplicam o mesmo para formar seu pretérito.

Existe uma excessão nos Primários (1): Nos verbos rer- “semear”, hyar- “fender, partir”, ser- “descansar” e mir- “pressionar, empurrar, forçar” o pretérito é formado por infixação nasal com o antigo -d final, formando os pretéritos rendë, hyandë, sendë e mindë.

Os verbos que terminam em -v parecem formar o pretérito alongando a vogal raiz e adicionando apenas no final. Ex: lav- “lamber” ? lávë. Isto parece ocorrer também nos verbos ohtacar- “fazer guerra” e tul- “vir”, com os pretéritos ohtacárë, túlë.

Atenção especial ao pretérito do verbo auta- “passar”, que é oante ao invés de **autanë. Contudo, antanë é o pretérito dado por Tolkien para o verbo anta- “dar”.


De maneira geral, esta deve ser uma das mais confusas dentre as 10 primeiras lições do Curso de Quenya, devido a alta exposição do estudante a versões conflitantes do pretérito. É claro, Tolkien não tinha intenção de ensinar possíveis falantes de Quenya, mas o Helge tem. Gostaria de saber a opinião de vocês: Vocês se sentiram confortáveis com a maneira que essa lição do CdQ foi escrita?

Resumo do Curso de Quenya: Lição 5

O Verbo

Os verbos são palavras que indicam ações. No Quenya, o verbo possui dois tipos de estruturas básicas:

  • Verbos primários — Verbos monossilábicos que representam uma raiz primitiva, sem alterações: tul- “vir, chegar” < vTUL “chegar, aproximar, avançar”;
  • Verbos derivados (radicais A) — verbos criados a partir da adição das desinências -ya, -ta, -na ou -a a uma raiz primitiva: tulta- “mandar buscar/vir, invocar, trazer” < vTUL.

Uma explicação mais detalhada da mudança de sentido que as desinências oferecem pode ser encontrada na p. 398 do Curso, embora não seja necessário para a compreensão desta lição.

Os verbos do Quenya são conjugados nos tempos: presente (contínuo), pretérito, futuro, aoristo, perfeito e infinitivo, além do gerúndio. Novamente, se você foi mal em português no colégio, como eu fui, então é uma boa idéia prestar atenção na explicação do Helge de cada um. Atenção especial à sub-seção “O Sujeito e o Objeto” nas p. 106-7.

O tempo presente no Quenya funciona geralmente como o present continuous tense do inglês, ou seja, Elda máta massa significa normalmente “um elfo está comendo pão”, no sentido de que um elfo neste momento está executando essa ação. A distinção semântica é necessária para compreender mais tarde o tempo aoristo.

Os verbos do Quenya concordam em número com os seus sujeitos (os substantivos que os verbos descrevem). Não se sabe se há uma forma especial plural para os verbos se os seus sujeitos estão no dual, portanto use o plural normal por enquanto. O verbo pode receber a desinência dual -t quando for necessário.

Tipo de Verbo Exemplo Singular Plural Dual
Primário mat- “comer” máta mátar mátat
Radical A (1) pusta- “parar” pustëa pustëar pustëat
Radical A (2) ora- “impelir” órëa órëar órëat

Note que a diferença entre Radical A (1) e (2) é o encontro consonantal: uma vogal no Quenya não pode ser longa se ocorrer antes de um encontro consonantal. Isso vale para mais do que só verbos.

O Superlativo

Quando é necessário fazer uma comparação entre duas coisas ou pessoas no Quenya, há duas formas possíveis de fazê-lo:

  • O superlativo
  • A fórmula “A ná calima lá B”

Essa última fórmula é discutida na Lição 18 (p. 319). Já o superlativo é discutido aqui mesmo.

O superlativo do Quenya é formado ao adicionar o prefixo an- a um adjetivo. Por exemplo o adjetivo calima “brilhante” tem o seu superlativo ancalima “mais brilhante”. Na frase Aiya Eärendil elenion ancalima! “Salve Eärendil, a mais brilhante entre as estrelas” o uso do superlativo fica evidente.

Todos os superlativos são formados ao apenas adicionar an- como um prefixo ao adjetivo, a não ser que o adjetivo inicie em:

  • l-. Ex: an- + lauca “aquecido” ? allauca
  • r-. Ex: an- + ringa “frio” ? arringa
  • s-. Ex: an- + sarda “duro” ? assarda
  • m-. Ex: an- + moina “querido” ? ammoina

Só gostaria de fazer uma pequena observação: As vezes acho que estou fazendo o resumo muito subjetivo ou alongado, explicando ao invés de resumir o conteúdo. Se alguém também sente o mesmo, sinta-se a vontade para sugerir melhoras em qualquer tópico deste blog.

Resumo do Curso de Quenya: Lição 4

Adjetivos

Os adjetivos do Quenya podem estar em duas posições na frase, sem comprometer o sentido da mesma:

  • Antes do substantivo (o mais comum). Ex: luini tellumar, lit. “azuis abóbadas”;
  • Depois do substantivo. Ex: anar púrëa lit. “sol ofuscado”.

Os adjetivos também concordam em número com o substantivo (mas não em gênero).

Por fim, os plurais são formados da seguinte forma:

Singular Plural Exemplo
-a alta “grande” ? altë “grandes”
-ëa -ië úmëa “mau” ? úmië “maus”
-i carnë “vermelho” ? carni “vermelhos”
-in *-ini¹ firin “morto” ? firini “mortos”

1. O final *-ini é extrapolado, nunca tivemos um exemplo que indicasse o verdadeiro plural dos adjetivos terminados em -in.

Verbo de Ligação

O verbo de ligação nada mais é do que o infame “verb to be” do inglês, que em português é representado por dois verbos diferentes: ser e estar. Ele une substantivos e adjetivos (i parma ná carnë “o livro é vermelho”), e também pode ser utilizado para comparar dois substantivos (parmar nar nár engwi “os livros são objetos”). As formas desse verbo no presente são:

  • — singular: “é, está”;
  • Nar Nár — plural: “são, estão”. Nota: No VT49 nár aparece, junto a várias outras formas do verbo ser/estar; por isso recomendo o uso desta palavra com a vogal longa.

O verbo de ligação geralmente está entre as duas palavras que ele une ou compara, mas pode estar após as mesmas ou até mesmo omitido, sem causar mudança no sentido da frase. Ex:

  • Feanáro ná Noldo;
  • Feanáro Noldo ná;
  • Feanáro Noldo.

resultarão em frases de mesmo sentido: “Fëanor é um Noldo”. Contudo, no último exemplo a frase também pode ser compreendida como “Fëanor, o Noldo”, então é necessário utilizar essa flexibilidade para a melhor compreensão da frase.

Resumo do Curso de Quenya: Lição 3

Número Dual

Quando duas coisas (pessoas, animais, objetos, etc.) formam um par natural, usa-se o plural dual.

Exemplos de pares naturais:

  • As diversas partes do corpo de uma só pessoa: olhos, mãos, braços, pernas, pés, rins, pulmões, lábios, orelhas, narinas, átrios, ventrículos, etc.
  • Seres ou coisas que criam pares especiais: as Árvores de Valinor (ver S:31); os Frutos dessas Árvores (ver S:116); duas fortalezas irmãs (como Minas Anor e Minas Ithil, ver SdA:253); duas colinas “irmãs” (Amon Hen e Amon Lhaw, ver SdA:412); dois reinos com uma forte conexão entre si (Gondor e Anor).

As desinências:

  • -t é a desinência padrão do plural dual;
  • -u substitui a última vogal ou é adicionado após a última consoante se:
    • houver um t ou d (oclusivas alveolares) perto do fim da palavra, para evitar cacofonia;
    • o par for uma parte do corpo (acredita-se que isto seja global);
    • o substantivo terminar em uma consoante, como dito acima.

Uma última nota sobre a desinência -u: O -u substitui a última vogal a não ser que o desenvolvimento da palavra mostre que havia uma consoante entre o dual e a vogal que sobrou (único exemplo: , dual peu [< peñe, dual peñu]).

Variação de Radical

Algumas palavras do Quenya apresentam características que revelam suas formas mais primitivas. Este fenômeno é mais visível nestes casos:

  • Quando a palavra é monossilábica e possui uma vogal longa, ela encurta a vogal para receber desinências. Ex: nér (ner-) “homem”;
  • Quando a palavra terminava em uma consoante proibida pelo Quenya de estar em posição final e era nivelada para uma outra, próxima foneticamente e permitida na posição. Ex: filit (filic-) “pequeno pássaro” (T e C=K são oclusivas, mas C=K não pode estar em posição final);
  • Quando o desenvolvimento da língua fez algumas vogais finais desaparecerem e tudo que sobrou foi um encontro consonantal final (o que é proibido em Quenya). Ex: hen (hend-) “olho”;
  • Quando a palavra vem de uma versão completa que foi encurtada por motivos estéticos. Ex: Sindelda “elfo cinzento” foi reduzido para Sindel, mas seu plural é Sindeldi (Note que a vogal final desapareceu mesmo, caso contrário teríamos **Sindeldar! Ou seja, apenas as consoantes “voltam da tumba”…);
  • Em algumas palavras dissilábicas com vogais idênticas. Ex: feren (fern-) “faia”; seler (sell-) “irmã” (pois lr > ll);
  • Alguns -e e -o finais viram -i e -u respectivamente. Ex: lómë (lómi-) “noite”; rusco (ruscu-) “raposa”.

Todas as palavras com variação de radical utilizadas durante o curso são devidamente documentadas. Caso houverem dúvidas, ver vocabulário na p. 404.