Resumo do Curso de Quenya: Lição 2

Substantivos

Em Quenya os substantivos podem formar plurais de duas maneiras diferentes:

  • Palavras terminadas em -a, -o, -i, -u, no hiato -ie ou em -le – adiciona-se -r ao final. Ex: Valië “Vala mulher” > pl. Valiër “Valar mulheres”.
  • Palavras terminadas em -e (que não seja -ie ou -le) ou consoantes – substitui-se o -e por -i, ou adiciona-se o -i após a consoante final. Ex: lassë “folha” > pl. lassi “folhas”.

Ignore o plural partitivo -li até o fim do curso. Você pode ler mais sobre o plural partitivo neste artigo.

O Artigo

No Quenya existe apenas o artigo definido: i. Ele serve tanto para o singular quanto para o plural, tanto para o masculino quanto para o feminino, como o inglês “the”.

Caso o substantivo seja considerado um nome próprio, como em Anar “Sol”, não é necessário o uso do artigo. Caso você queira falar de uma raça inteira, o artigo não deve ser utilizado. Exemplo: i Eldar se refere a apenas um grupo de elfos, enquanto Eldar (sem o artigo) se refere à raça élfica como um todo.

Resumo do Curso de Quenya: Lição 1

Essa lição ensina ao aluno como pronunciar corretamente as palavras do Quenya. Ela é longa, comparando com as outras, e deve servir de referência enquanto você estuda.

Termos Básicos

Leia com cuidado o que está escrito em cada parágrafo!

O 1º parágrafo  explica o que são vogais. O 2º explica o que são consoantes oclusivas, fricativas, nasais, etc.

O 3º parágrafo explica o que são consoantes sonoras (que usam as cordas vocais) e surdas (que não usam as cordas vocais). Já o 4º parágrafo explica o que são sílabas.

Vogais

O Quenya possui apenas cinco vogais, ou seja, apenas cinco sons são pronunciados e esses sons não mudam de acordo com a posição:

  • O a de astro;
  • O e de educar;
  • O i de menino;
  • O o de objeto;
  • O u de urso.

Quando uma vogal do Quenya recebe um acento (á, é, í, ó, ú) ela fica LONGA, mas nunca aguda! Não existe o e de “fera” ou o o de “hora” em Quenya, não importa em que posição!

Em contraste, veja só: o português tem 13 (treze!) vogais. A maioria delas você nem conhece, pois a diferença é como se pronuncia, não como se escreve (o e de “sempre” é diferente do e de cedo). Além disso, no português uma vogal e ou o que apareça no final da palavra vira i e u respectivamente. No Quenya isso nunca acontece.

Ditongos

Existem apenas seis ditongos no Quenya, e todos são decrescentes (a vogal mais forte fica na frente). Três terminam em -i (ai, oi, ui) e três terminam em -u (au, eu, iu).

Qualquer encontro vocálico que não seja um ditongo é, claro, um hiato. Ou seja, a palavra , por exemplo, é composta de duas sílabas, pois o encontro vocálico E+A é um hiato, assim como I+E.

Consoantes

  • B é igual ao português;
  • C tem sempre som de K (nunca som de “S”);
  • D é igual ao português;
  • o F é igual ao português;
  • G sempre som de “gato”;
  • H sozinho tem sempre som do ing. high quando seguido de uma vogal;
  • em EHT e IHT, o H tem som do ich-laut [ç];
  • em AHT, OHT, UHT, o H tem som de ach-laut [x] (o rr em “carro”);
  • em HW falamos como se fosse H + U, mas bem rápido [hʷ];
  • em HY falamos como se fosse H + I, mas bem rápido [hʲ];
  • L nunca vira [u] como no português;
  • M e o N, quando sozinhos, são iguais ao português;
  • P é igual ao português;
  • QU [kʷ] é igual ao da palavra “quando”;
  • R é sempre o de “caro” [r], nunca o de “carro” [x], não importa a posição;
  • S nunca vira Z;
  • T e V são iguais ao português;
  • W sempre tem som de [u];
  • X sempre representa [ks];
  • Y é sempre o da palavra ing. yes;

Tonicidade

As regras de tonicidade do Quenya são muito simples:

  • Apenas palavras monossilábicas (que têm uma sílaba) são oxítonas. Ex: Nat é oxítona, mas Palantír não é.
  • Palavras com duas sílabas são automaticamente paroxítonas. Ex: Aman, Eru, Melcor
  • Palavras com três ou mais sílabas são paroxítonas se:
    • Se a vogal da penúltima sílaba for longa. Ex: Elentári;
    • Se houver um ditongo na penúltima sílaba. Ex: Hastaina;
    • Se houver um encontro consonantal após a vogal da penúltima sílaba. Ex: Elendil, Isildur…
    • Nota muito importante: o X (ver Helcaraxë) também conta como um encontro consonantal (por vir de KS).
  • Se a palavra não se encaixar entre as oxítonas e paroxítonas, ela será automaticamente uma proparoxítona.

Neo-Élfico?

Estava conversando com meu amigo Phreddie por MSN Windows Live Messenger hoje a noite e ele fez uma pergunta: o que é Neo-Quenya?

Esta pergunta é relevante para alguém que não conhece o lado político das discussões nos principais círculos de discussão das línguas tolkienianas. Vou poupar-lhe dos detalhes tétricos e dar-lhes a definição que ficou subentendida:

Qualquer composição feita por qualquer pessoa que não seja o próprio Tolkien deve ser chamada de composição Neo-Élfica.

Ou seja, entendemos que Tolkien era a única pessoa de compor em Quenya propriamente dito. Você, eu e todas as outras pessoas no mundo compõem em Neo-Quenya (e Neo-Sindarin, Neo-Telerin, etc.). E sim, as frases faladas no filme são Neo-Élfico também.

Golden Hair em Neo-Quenya

Thomas Ferencz da lista Elfling publicou uma tradução em Neo-Quenya do poema Golden Hair, de James Joyce, em seu site, Aglardh. O anúncio original está na mensagem 33085.

A cúna ter i hyelle
Laurifin
Hlarnenyel alira
Alasselin

Parmanya pahta
Telyanenye
Tíran i nári
Talamesse

Hehtanen i parma
Sambenyaye
An hlarnenyel alira
Ter i lóme

Alira alira
Alasselin
A cúna ter i hyelle
Laurifin

O site Aglardh é uma grande biblioteca de traduções Neo-Élficas, todas com um nível de qualidade bem alto. Entre o que é oferecido no site está uma Wiki (enciclopédia) de élfico, que está sendo construída aos poucos. Faça uma visita à Aglardh!

Resumo do Curso de Quenya: Introdução

Farei uma série de resumos sobre cada uma das lições do Curso de Quenya, pois nem tudo que está escrito precisa ser lido da primeira vez. Contudo, antes de chegarmos às lições propriamente ditas, precisamos conhecer algumas informações importantes escritas na introdução.

  • Na página 28 você fica sabendo de onde o autor do curso, Helge Fauskanger, tirou tantas informações. Não é necessário você ler toda essa seção da introdução, mas é bom saber onde você pode encontrar a explicação de siglas como WJ, LR, Etim, etc. (p. 32) enquanto lê as lições.
  • Da página 35 a 40 você descobre o que Bill Welden disse na mensagem 33740 da lista Elfling: Tolkien não tinha uma gramática de Quenya. Ou seja, tudo que você aprender durante o curso serve apenas para que você esteja familiarizado com os padrões mais comuns encontrados no Quenya de (quase) todas as épocas.

Na página 40 é que começamos a aprender alguma coisa que seja de utilidade básica durante todo o livro, ou seja, as convenções ortograficas. Isto é muito importante, pois Tolkien nunca se preocupou realmente em normalizar a maneira que o Quenya era escrito em seu material não-publicado, cuidando desta questão apenas quando revisou O Senhor dos Anéis. Aqui estão as convenções utilizadas:

  • Só um tipo de acento é utilizado durante todo o curso, o acento agudo, como em “á, é, í, ó, ú“. Tolkien preferiu utilizar somente esse tipo de acento n’O Senhor dos Anéis, embora tenha usado anteriormente e posteriormente o acento circunflexo e o mácron para vogais longas.
  • Usa-se o C para todo K (como kaluva > caluva).
  • Usa-se o QU para todo Q (qesse > quesse).
  • Usa-se o X para todo KS (tuksa > tuxa).
  • Usa-se o N para todo Ñ (Ñoldor > Noldor).
  • Usa-se o S no lugar de Þ (þinde > sinde).
  • O trema não serve para nada, ele nunca muda o som da vogal e não é obrigatório seu uso em qualquer momento, embora algumas pessoas gostem de usá-lo. Página 44 a 47 se quiser aprender como usá-lo igual a n’O Senhor dos Anéis.

Embora a informação acima seja útil quando você começa a estudar o desenvolvimento fonológico do Quenya, utilize as informações acima somente como um guia de como os exemplos de Quenya n’O Silmarillion, nos Contos Inacabados e outros livros que contém exemplos não-publicados de Quenya deveriam parecer se fossem revisados para obedecer às convenções ortográficas d’O Senhor dos Anéis. Deixe a fonética para a Lição 1 do Curso de Quenya.

Where’s my mind?

Este blog é escrito usando o excelente WordPress, que é basicamente o Blogger em esteróides. Infelizmente, nos últimos tempos eu precisei atualizá-lo duas vezes (2.0.5 > 2.0.6 > 2.1, e pulei a atualização do 2.0.7). Com alguma sorte não terei mais de instalar atualizações por um mês ou algo do tipo, o que significa menos trabalho administrativo e mais trabalho de conteúdo. Além de menos preocupação com possíveis ataques de crackers.

Nos últimos dias a Valinor tem consumido meu tempo, com muitas dúvidas de gente interessada. Fico muito feliz em perceber que há ao menos uma ou duas pessoas realmente interessadas em fazer progresso nas línguas tolkienianas. Essas discussões vêm sacudindo um pouco da minha ferrugem no Sindarin e mostrando algumas fraquezas das traduções antigas, de outras pessoas e as minhas também. O principal problema é a inconsistência entre as traduções em Quenya e Sindarin, embora ambas as línguas possuam cognatos, salvo raras excessões.

Um exemplo? O Q. *omenta- é o cognato do S. *govanna-. O primeiro elemento (o-) vinha da raiz WO, como é explicado no livro War of the Jewels. Em Q. o w à frente do o (“o” longo, escrito em Quenya e Sindarin como ó) desaparece. Portanto wo- > o. Em S. *wo > gwo > go.

Estranho como nos últimos 3 anos nunca me passou pela cabeça traduzir Mae govannen! como Mai omentaina! Somente quando você decide aplicar uma certa consistência e se perguntar “como posso deixar isto mais simples?” que essas idéias aparecem em sua cabeça.

Portanto estou trabalhando para expandir as opções de saudações em élfico, algumas que já havia composto há anos e que resolvi manter o mesmo nível de consistência demonstrado acima. Não é um trabalho difícil, mas consome um certo tempo. Além disso, estou pensando em maneiras de aprimorar a visualização desse conteúdo para vocês, meus queridos visitantes. Esta semana será um pouco difícil produzir esse conteúdo, pois estou fazendo um curso e planejo estar empregado até segunda-feira, mas todo o tempo que puder estarei trabalhando nisso.

Elfling: Qualidade do élfico dos filmes do SdA (Parte 3)

Como falei em uma mensagem anterior, antes de ser útil, uma língua criada por Tolkien deveria ser bela, e Tolkien não as media por padrões que não fossem estéticos, para o bem ou para o mal. O Professor menciona em uma carta que certa vez recebera de presente um cálice de aço com as inscrições do Anel. “É claro que nunca bebi nele, mas o uso como cinzeiro.” (Cartas: 399)

Digamos que você começou agora a tentar escrever em élfico. Quão importante esta discussão pode ser para você?

  1. Ela retira da sua cabeça um elemento que só gera frustração: o mito de que algum dia existiu, em escrito ou na cabeça de Tolkien uma gramática definitiva das línguas élficas. Eu já criei traduções para o élfico horrendas, por acreditar que isto realmente existia;
  2. Ela mostra que, mesmo assim, é bom que este mito seja nutrido no início, para que você sinta-se a vontade com um cenário menos volátil e compreenda as funções gerais das línguas élficas;
  3. Ela demonstra que o limite não é o que Tolkien escreveu, mas sim o que você pode fazer com as idéias que Tolkien disponibilizou;
  4. Que ser criativo é uma prática apoiada pelos maiores entendedores das línguas tolkienianas, embora eles sejam um tanto exigentes. 😉

Desde que comecei a escrever este acompanhamento, mais algumas mensagens relacionadas foram enviadas à Elfling e é provável que muitas outras sejam enviadas. Este acompanhamento foi realizado apenas para a ramificação iniciada por Bill Welden na mensagem 33732. Até agora foram criadas outras três ramificações, por Kirsten (33724), por David Salo (33726) e por Thorsten Renk (33770), todas com informações interessantes àqueles que só estão interessados em saber sobre os filmes ou por uma análise mais profunda do Neo-Sindarin dos filmes.

Elfling: Qualidade do élfico dos filmes do SdA (Parte 2)

Esta é a segunda parte da discussão sobre a qualidade do élfico dos filmes d’O Senhor dos Anéis. Se você não leu a primeira parte, pode acessá-la por este link.

Na mensagem 33732, Bill Welden (membro da E.L.F.) escreveu (todas as ênfases são minhas):

Então, Matthew. Digamos que [Peter Jackson et alii] conseguissem que o próprio Tolkien fizesse as traduções; mas mantivessem sua participação secreta.

Qual você supõe que seria sua avaliação da qualidade das traduções? (Note que haveria mais do que algumas palavras que nós nunca vimos antes.)

Assim como nós iríamos ouvir muitas novas palavras e funções gramaticais e variações dialetais e sinônimos (por que não podem existir duas palavras para “nome”?) – e até mesmo erros – se nós pudéssemos escutar por trás das portas a elfos de verdade falando uns com os outros.

Minha maior esperança para o filme circulava em torno da possibilidade que ele iria criar a impressão de realmente ter sido rodado na Terra-média.

– Bill

P.S.: Eu lanço esta questão neste ângulo pois vai ao núcleo do que fazemos aqui. O padrão pelo qual composições em élfico são julgadas tem um quê das Novas Roupas do Imperador. Isto pode começar a ficar claro se alguém colocasse esse padrão em palavras.

Em outras palavras, Bill Welden fez uma pergunta que assombra os praticantes do Neo-Élfico há muito tempo: como julgar essas novas composições como “corretas” se o próprio Tolkien quebrava suas regras quando compunha?

Seguindo um pedido de Helge Fauskanger na mensagem 33740 para clarificar a sua metáfora, Welden decide utilizar uma metáfora mais fácil de explicar:

[E]stamos todos procurando por gemas em um grande campo, mas somos castigados sempre que nos distanciamos demais do ponto central do campo. O que acontece é que, ao invés de tentar encontrar as gemas nós estamos mais interessados em garantir que não seremos aquele que estará mais longe do centro; mas ao fazê-lo torna-se muito menos provável que encontremos algo.[…]

[…]O campo são todas as possibilidades que Tolkien poderia seguir com o Quenya. O centro do campo é a forma mais provável de qualquer palavra ou função. As gemas são as composições que ele eventualmente faria se fosse dado tempo para as geleiras descerem mais uma vez em Bornemouth.

Tolkien era quase sempre surpreendente em suas composições. Por outro lado, qualquer um que se foque em qual seriam as formas mais prováveis, está na verdade se dando a tarefa de não ser surpreendente; e isso garante que eles sairão com algo diferente do que Tolkien produziria.

Welden finaliza explicando sua primeira metáfora:

Aqui é onde tudo sai dos trilhos: é a presunção de que o Quenya existe e tem guardiões da gramática prontos para cortar dedos.[…]

As roupas do imperador, eu suponho, são as regras do Quenya. Nós não as sabemos. Você [Helge] não as conhece, embora quase todos aqui pensem que você sabe. Eu não as conheço, mesmo que algumas pessoas achem que eu tenho um baú secreto. Mas o maior mito é que Tolkien as conhecia.

E então o imperador deve ser Tolkien. Tolkien não tinha uma gramática de Quenya. Sou eu que preciso dizer isto? Tolkien não tinha uma gramática de Quenya. […] [E]le tinha permissão para modificá-la, e isto é aparente em seu trabalho.

Para quem está com medo de que o mundo lingüístico tolkieniano comece a ruir, não tema! 🙂 Welden garante que não está advocando em prol do “vale-tudo” nas línguas élficas. “Em um extremo, cada um de nós tem um julgamento que cada composição nós encontramos; mas há algumas pessoas para as quais o élfico da Grey Company está bem!” e que o que ele deseja “não são palavras em élfico amarradas umas às outras; mas uma Experiência do élfico que eu consegui através de Tolkien em primeiro lugar.” (Elfling 33768) Em troca, Welden pergunta a Thorsten Renk (escritor do Curso de Sindarin) qual é seu padrão para julgar as composições em Neo-Élfico. Ele responde na mensagem 33769:

Em minha experiência, se você quer introduzir alguém a uma língua, é útil manter a ficção de que existe uma gramática de Quenya (ou Sindarin) e que nós sabemos como uma forma seria flexionada.

[…]

Sua sugestão eu veria como um exercício avançado. Obviamente, para chegar mais perto de Tolkien, você já precisa ter visto muito de Tolkien, você precisa ter uma idéia para onde fluem suas idéias, quais eram bem quistas por ele e quais ele descartava facilmente. Poucas pessoas tem o conhecimento para ver isto, certamente uma minoria daqueles tentando compor em élfico. […] Se você me perguntar o que eu julgaria como “bom”, a primeira condição seria o núcleo da estrutura, as idéias que Tolkien não mudou, devem estar certas.

[…]

Então, hoje em dia eu tento experimentar um pouco mais – com as formas do pretérito que eu gosto melhor, com construções vistas em Qenya e coisas do tipo. Mas eu não recomendaria isto para qualquer pessoa, a não ser que ele(a) saiba por exemplo o esquema utilizado por Tolkien para construir palavras das raízes [do Proto-Eldarin].

[…]

Portanto há um caminho a trilhar enquanto se aprende mais, do élfico padrão a re-frasear e usar o élfico atestado até compreender os princípios para derivar suas próprias palavras e, por fim, ter uma opinião de que gramática élfica é aceitável para você, e o que eu acho que as pessoas deveriam fazer depende em onde elas estão neste caminho.

Na parte 3, as considerações finais.

Elfling: Qualidade do élfico dos filmes do SdA (Parte 1)

No dia 21 de dezembro, a mensagem 33718 da lista Elfling iniciou uma das mais extensas e divertidas discussões sobre o uso pós-Tolkien das suas línguas, rotulados de Neo-Quenya e Neo-Sindarin. Até hoje (6/1/2007) foram escritas 30 mensagens discutindo o tópico, 25 na lista Elfling, 5 na lista Elfling-D (esta última foi criada para aqueles que foram banidos ou censurados na Elfling). Os participantes incluem nomes ilustres, como David Salo (criador dos diálogos e das letras das músicas em élfico nos filmes d’O Senhor dos Anéis), Helge Fauskanger (criador do Curso de Quenya), Thorsten Renk (criador do Curso de Sindarin), Bill Welden, Carl Hostetter e Patrick Wynne (membros da Elvish Linguistic Fellowship, os dois últimos via Elfling-D).

A mensagem original é de “Kirsten”, reproduzida abaixo:

Eu sei que algumas pessoas já trabalharam duro para descobrir o que significam os diálogos e a trilha sonora¹ em élfico nos filmes d’O Senhor dos Anéis, mas já houve alguma discussão da qualidade das traduções para o élfico usadas nos filmes? Elas são de maneira geral corretas ou alguém já observou algum erro óbvio? Eu não sei sobre vocês, mas eu estou muito interessada nesse aspecto das traduções. Também, o que pode-se dizer das pronúncias? Eu realmente gostaria de ler uma discussão desses assuntos por um grupo de pessoas que conhecem bem as línguas de Tolkien.

Kirsten

Na resposta de Halrawrandir na mensagem 33720 o autor diz que “é necessário concordar” que as traduções foram as melhores possíveis. Contudo, Matthew Dinse na mensagem 33721 disse discordar, e listou “alguns problemas” do Sindarin nos filmes:

  • Uso de aen para voz passiva quando não sabemos qual é sua real função com certeza;
  • Uso de go como uma palavra separada e não um prefixo;
  • Formação do pretérito do Sindarin;
  • Uso de *-ch para “você”;
  • Gerúndios no plural;
  • Conjugação do verbo ista-;
  • Uso de *ae para “se”;
  • Uso de **hanna- como o verbo “agradecer” (ao invés de *anna-, segundo Carl Hostetter);
  • Uso de **ess para “nome”, embora eneth não houvesse sido publicado na época.

Desde essa mensagem de Matthew Dinse 26 outras foram escritas no tópico, criando três ramos diferentes de discussão.

Embora todas as mensagens possuam um valor imenso, manterei o foco apenas no terceiro ramo, criado por Bill Welden na mensagem 33732. O resumo será publicado na próxima mensagem, que você pode acessar por este link..

Fiquem ligados!


¹ Links adicionados pelo tradutor, por motivos de brevidade.