Pronomes em expressões imperativas
Como é dito no curso, “[p]ronomes retos opcionais podem ser introduzidos para tornar claro se o falante quer que uma ou várias pessoas façam algo” (p. 326).
Os exemplos dados pelo curso seriam:
- Héca! “suma!/parta!” > hecat!/hecal! “retira-te/retirem-se” (WJ:364)
- A laita! “louve” > a laital! “louve!/louvai!”
- Áva care “não faça [isto]!” (WJ:371) > áva carit (note que e > i!)
Também é possível indicar qual é o objeto direto ou indireto utilizando pronomes independentes. P.ex. a laita te “abençoai-os”.
É possível sufixar um pronome independente à partícula á. “Observe-os”, segundo Helge, poderia ser tanto á tire te! quanto áte tire! (p. 327)
Pronomes dativos seriam sufixos à partícula imperativa. Helge exemplifica com ámen linda! “cante para nós!” (p. 328)
O curso expande também para o caso de haver dois pronomes, como objetos diretos e indiretos. A ordem não importaria, diz Helge, mas eu pessoalmente preferiria que o objeto indireto fosse sufixado à partícula imperativa, enquanto o direto se mantivesse independente no fim da frase, como no exemplo ámin care ta! “faça-o por mim!” (p. 328)
Por fim, partículas imperativas negativas – como áva e ála – podem receber pronomes. Cf. VT43:22, onde há álamë tulya “não nos conduza” (i.e. “não nos deixeis [cair em tentação]). (p. 328)
Pronomes Enfáticos
Basicamente servem para dar ênfase ao pronome: inyë chama bem mais atenção do que ni.
Até que haja evidências do contrário, para descobrir qual a forma enfática de um pronome pessoal, apenas adicione o prefixo e- antes da forma longa das desinências que aparecem na tabela do Sistema Pronominal de 1968 – a única exceção sendo a primeira pessoa do singular:
- Inyë “eu”
- Etyë “tu” (familiar)
- Elyë “tu” (formal)
- Esë “ele/ela/isto”
- Elvë/Elwë “nós” (inclusivo)
- …
Para pronomes possessivos, é provável que o sistema seja adicionar a desinência -ya à forma dativa do pronome independente:
- Ninya “meu”
- Tyenya “teu” (familiar)
- Lyenya “teu” (formal)
- Senya “dele/dela/disto”
- Venya/Wenya “nosso” (inclusivo)
- Menya “nosso” (exclusivo; atestado em VT43:19)
- …
É importante notar que esses pronomes são considerados adjetivos para propósitos de pluralização. VT43:19 dá o exemplo menyë rohtar “nossas dívidas”, onde menya tem o pl. menyë. (Em uma nota não relacionada, Tolkien decidiu que essa expressão seria traduzida como úcaremmar.)
Palavras interrogativas
O curso coloca muito bem: “Muitas palavras portuguesas freqüentemente usadas em perguntas mostram um qu- inicial: ‘quem?’, ‘quê?’, ‘qual?’, ‘quando?’, etc. No élfico de Tolkien, um ma- inicial possui conotações similares […]”
Sabemos destas palavras:
- Man “quem?” (Namárië, várias vezes atestado no Markirya…)
- Mana “o que é?” (PM:395, 403)
- *Manan “para quê?”
- Manen “como?” (PM:395)
- *Massë “onde?”
- *Mallo “de onde?”
- *Manna “para onde?”
Posposições
Palavras que podem aparecer apenas depois das palavras às quais elas se conectam. Sabemos que existem duas:
- Yá, atestada nas etimologias como o “atrás” de frases como “há muitos anos atrás“;
- Pella “além”, atestada no Namárië.