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Algumas alterações do Curso de Quenya

Eu finalmente consegui sentar um pouco com o Curso de Quenya na mão e olhar para algo que não fosse a capa, só para variar. As diferenças até a lição seis são poucas, muitas vezes passagens notificando de que coisas que antes eram apenas teoria foram agora confirmadas.

A mudança mais radical que eu detectei até agora é com relação ao superlativo, onde o Helge decidiu adotar um sistema mais tardio inventado por Tolkien. O argumento seria de que, como é um método criado após a finalização de O Senhor dos Anéis, isso teria dado ao Professor a oportunidade de observar todo o material publicado e criar um sistema que não contradiz nada que ele escreveu.

Assim que for possível os Resumos estarão revisados aqui no site.

Resumo do Curso de Quenya: Lição 5

O Verbo

Os verbos são palavras que indicam ações. No Quenya, o verbo possui dois tipos de estruturas básicas:

  • Verbos primários — Verbos monossilábicos que representam uma raiz primitiva, sem alterações: tul- “vir, chegar” < vTUL “chegar, aproximar, avançar”;
  • Verbos derivados (radicais A) — verbos criados a partir da adição das desinências -ya, -ta, -na ou -a a uma raiz primitiva: tulta- “mandar buscar/vir, invocar, trazer” < vTUL.

Uma explicação mais detalhada da mudança de sentido que as desinências oferecem pode ser encontrada na p. 398 do Curso, embora não seja necessário para a compreensão desta lição.

Os verbos do Quenya são conjugados nos tempos: presente (contínuo), pretérito, futuro, aoristo, perfeito e infinitivo, além do gerúndio. Novamente, se você foi mal em português no colégio, como eu fui, então é uma boa idéia prestar atenção na explicação do Helge de cada um. Atenção especial à sub-seção “O Sujeito e o Objeto” nas p. 106-7.

O tempo presente no Quenya funciona geralmente como o present continuous tense do inglês, ou seja, Elda máta massa significa normalmente “um elfo está comendo pão”, no sentido de que um elfo neste momento está executando essa ação. A distinção semântica é necessária para compreender mais tarde o tempo aoristo.

Os verbos do Quenya concordam em número com os seus sujeitos (os substantivos que os verbos descrevem). Não se sabe se há uma forma especial plural para os verbos se os seus sujeitos estão no dual, portanto use o plural normal por enquanto. O verbo pode receber a desinência dual -t quando for necessário.

Tipo de Verbo Exemplo Singular Plural Dual
Primário mat- “comer” máta mátar mátat
Radical A (1) pusta- “parar” pustëa pustëar pustëat
Radical A (2) ora- “impelir” órëa órëar órëat

Note que a diferença entre Radical A (1) e (2) é o encontro consonantal: uma vogal no Quenya não pode ser longa se ocorrer antes de um encontro consonantal. Isso vale para mais do que só verbos.

O Superlativo

Quando é necessário fazer uma comparação entre duas coisas ou pessoas no Quenya, há duas formas possíveis de fazê-lo:

  • O superlativo
  • A fórmula “A ná calima lá B”

Essa última fórmula é discutida na Lição 18 (p. 319). Já o superlativo é discutido aqui mesmo.

O superlativo do Quenya é formado ao adicionar o prefixo an- a um adjetivo. Por exemplo o adjetivo calima “brilhante” tem o seu superlativo ancalima “mais brilhante”. Na frase Aiya Eärendil elenion ancalima! “Salve Eärendil, a mais brilhante entre as estrelas” o uso do superlativo fica evidente.

Todos os superlativos são formados ao apenas adicionar an- como um prefixo ao adjetivo, a não ser que o adjetivo inicie em:

  • l-. Ex: an- + lauca “aquecido” ? allauca
  • r-. Ex: an- + ringa “frio” ? arringa
  • s-. Ex: an- + sarda “duro” ? assarda
  • m-. Ex: an- + moina “querido” ? ammoina

Só gostaria de fazer uma pequena observação: As vezes acho que estou fazendo o resumo muito subjetivo ou alongado, explicando ao invés de resumir o conteúdo. Se alguém também sente o mesmo, sinta-se a vontade para sugerir melhoras em qualquer tópico deste blog.