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Vinyar Tengwar 49: “existirá”, “poder (fazer)”

Vocês não adoram todas essas novidades que o Vinyar Tengwar 49 nos trouxe? Hoje mais duas informações sobre verbos importantes.

A primeira é sobre o verbo ea- “existir”. O futuro desse verbo é euva.

A segunda é um verbo novo na área, ek- (ec-) “estar aberto”; esse verbo pode ser utilizado para expressar a capacidade de fazer algo com a seguinte fórmula:

Ek- + dativo: Eke nin kare sa. “Eu posso fazer isto” (p. 34); literalmente “está aberto para mim fazer isso”.

Vinyar Tengwar 49: O verbo “acreditar” e “ser/estar”

Temos na página 27 do Vinyar Tengwar 49 uma interessante frase: Savin Elessar ar i nánë aran Ondórëo “Eu acredito que Elessar realmente existiu e que ele era um rei de Gondor”.

Savin “eu creio/acredito” é uma grande novidade! Um verbo sav- “acreditar” era necessário, mas ele tem um “modo de usar” que precisa ser levado em conta: “O Q[uenya] savin quando possui um substantivo ou nome ou pronome como objeto direto significa ‘eu acredito que ele/ela/isto realmente existe/existia’.” Palavras do próprio Tolkien.

Outra importante informação trazida por essa frase e outras que aparecem nas páginas 27-31 são as formas do verbo na- “ser/estar”. O pretérito que os escritores de neo-Quenya freqüentemente utilizavam, , foi confirmado, mas nánë parece ser válido (ou ao menos um experimento de Tolkien).

Para deixar o cenário todo mais rico, na p. 28 aparecem dois exemplos do verbo “ser/estar” no pretérito com desinências pronominais: anen “eu fui/estive” e anel “tu foste/estiveste”. A partir desses exemplos é possível criar *anes(ë), *anelwë/*anelvë, *anelmë, *aneldë e *aneltë.

Infelizmente, na nova revisão do seu artigo sobre Quenya, Helge Fauskanger decidiu nivelar por baixo: lista nenyë e nelyë como possibilidades, embora essas formas não sejam atestadas em qualquer lugar do texto. Eu sugiro seguir os exemplos de Tolkien, mas não se espantem se essas formas sugeridas apareçam em uma próxima revisão do Curso de Quenya.

Deixando o pretérito um pouco de lado, aparentemente Tolkien considerou uma forma aorista do verbo “ser/estar”, mas pelo que foi dito até agora me parece que essa forma nunca chegou a ser realmente utilizada. Se for, pelos indicativos ela seria naë. Divagando sobre o assunto, David Salo chegou à uma conclusão interessante e que poderia nos ser muito útil: a forma aorista do verbo na- poderia ser o equivalente ao verbo espanhol (e português) “ser”, enquanto a forma do tempo presente () poderia ser o equivalente ao verbo “estar”. Ah! lembrem que naë vira nai- quando adicionada uma desinência pronominal, como nain “eu sou”!

Por fim, temos atestado anaië para o tempo perfeito do verbo “ser/estar”.

Vinyar Tengwar 49: “então/portanto”, “chegar”, “matar”, e uma alternativa ao caso instrumental

Continuando a série de novidades trazidas pelo Vinyar Tengwar 49, na página 18 Patrick Wynne interpreta a palavra sin da frase Sin Quente Quendingoldo Elendilenna como o inglês thus, que em português poderia ser “então, portanto”.

Agora temos um verbo “chegar”: é †tenya-, sendo o pretérito tennë, na página 23 24. Segundo o Helge Fauskanger, da Ardalambion, este deve ser o primeiro exemplo de um pretérito de verbo primário em -n.

Na página 24 encontramos a frase nahtana ló Túrin “morto por Túrin”. Duas coisas interessantes:

  1. Nahta- é o verbo “matar”, no inglês to slay. O Helge se pergunta se Morinehtardarkness-slayer” em PM:384-85 é na verdade MorinAhtar;
  2. parece ser “uma partícula introduzindo o agente em uma construção passiva”, segundo Helge. Talvez possa substituir o caso instrumental, ele diz.

Vinyar Tengwar 49: “a eles”, “eu dei”, “ou”

Mais três novidades trazidas pelo Vinyar Tengwar 49:

A palavra ten ou téna significa “para eles” (dativo). Anteriormente o Pai Nosso mostrava tien. Fique a vontade para escolher na hora de compor seus poemas e prosas!

Um exemplo do pretérito do verbo anta– “dar” apareceu, e não é *áne! O exemplo antanen “eu dei” aparece na página 14, com a desinência pronominal da 1ª pessoa do singular, o que nos leva a #antanë.

Na mesma página temos a conjunção hya “ou”. Não precisamos mais do Qenya var para nossas composições.

Vinyar Tengwar 49: “Naquele lugar”, “então”, “antes”

Mais algumas que apareceram no Vinyar Tengwar 49: Possuíamos a palavra sinomë “neste lugar” no Juramento de Cirion. Agora temos tanomë para “naquele lugar”. Em uma adição relacionada, significa “então” (compare com “agora”). Lembrando que esse “então” é o inglês then, não o inglês so, para deixar bem claro. Nas listas de palavras do Helge, suplantará san do Qenya.

Aliás, o Helge menciona uma palavra etta para “portanto” (ing. therefore) e a não-utilização de um asterisco antes dela sugere que a palavra aparece no VT49.

Na p. 12 temos mais uma demonstração da maneira estranha que a mente élfica funciona. Citando o Helge:

Os Eldar imaginavam o tempo futuro (tempo que vem “após” o presente) como sendo “antes” deles, portanto a preposição que significa “antes” em relações espaciais significa “após” quando aplicado ao tempo. Portanto, epe como “antes” não contradiz a tradução de epessë como “pós-nome” (apelido). “Antes” no tempo pode ser , ver noa “ontem” (mas em outro manuscrito, a mesma palavra é usada para “amanhã”!).

Lembrem-se todos que nós amamos Tolkien e não deve passar em nenhum momento por nossa cabeça a vontade de xingar ele de qualquer forma, não é mesmo? 🙂

Vinyar Tengwar 49: Plural Partitivo, “Se”, “Talvez”

Mais uma do Vinyar Tengwar 49, agora sobre o plural partitivo, aquele misterioso plural em -li que não tínhamos certeza do significado.

Na página 8, Tolkien confirma que Eldali significa “alguns elfos”, e diz que “Com Eldali o artigo é raramente utilizado.”

Algumas palavras novas apareceram também. Na Frase do Ambidestro temos agora ke ou para “se”. Contudo, o Helge notou que em outro local essas palavras são identificadas como “talvez” (p. 19), e qui como “se”.

Provavelmente o Helge vai nivelar desta forma: (ou ) “talvez” e qui “se”. O extrapolado *ai, utilizado a muito tempo para “se”, não aparecerá mais nas traduções neo-Quenya dele, tampouco no Curso.

Vinyar Tengwar 49

Enviado por Carl F. Hostetter para a lista Lambengolmor na segunda-feira (11/06):

[Nota: Não sou tradutor profissional.]

Esta edição de 60 páginas é a terceira e última parte da apresentação por Patrick Wynne de “Eldarin Hands, Fingers & Numerals [Mãos, dedos e numerais Eldarin], que se conclui com uma análise de sete versões de um texto em Quenya sobre a ambidestria élfica, e traz um apêndice com escritos tardios de Tolkien sobre o verbo na “ser/estar”, o qual aparece em várias formas nesses textos. Esta edição também traz a apresentação de cinco frases volitivas do Quenya tardio em nai, indo desde 1964 até 1969, um dos quais saiu da mesma folha da Sentença dos Ambidestros (SA). Apresentadas como apêndices a estas estão duas séries de notas sobre as flexões pronominais do Quenya e formas relacionadas — datadas de 1964 e c. 1968, respectivamente — que trazem mais claridade sobre as desinências pronominais encontradas nas inscrições, e na SA.

Esta edição está sendo impressa e deve ser enviada por volta de 18 de junho.

Você pode conseguir mais informações para compra no site da ELF.